Foto reprodução internet/Google
Na prática os
políticos não tem uma religião cristã, a religião deles é a política, é para
tal que eles vivem e adoram, mas no jogo politico muitos fazem declarações
fervorosas de devoção e de obediência a Deus.
Quando lemos a
carta de Tiago no capítulo 3.1-12, vemos que os pecados verbais não deixarão de
ser julgados. No entanto, especificamente no verso 1, vemos que os mestres – e
aqui podemos incluir os pastores – sofrerão um juízo mais duro, considerando a
responsabilidade que possuem perante Deus e sua Igreja.
O pastor Emerson
Patriota terá de rever seus conceitos pra ontem, pois o que ele fez é passivo
até mesmo de uma disciplina dentro da Instituição Presbiteriana – ou ao menos
deveria ser.
Pedir do púlpito
que os irmãos participem da criação de um partido político?
A pergunta que
faço é: quem discipulou este pastor? Porque a falha no discipulado é evidente,
uma vez que um líder da Igreja compromete a pureza da mesma em casos como este,
misturando fé com política da maneira mais perversa possível.
O púlpito não é
lugar de proselitismo político-partidário. Não se dá voz a político no púlpito
do Senhor. O púlpito cristão é o lugar da pregação do evangelho!
É simplesmente
inaceitável que um pastor de uma igreja tão histórica se preste a um papel
desses. Seja qual for o contexto, se é porque um dos membros é deputado federal
e pediu ajuda, ou ainda que um grupo formado na igreja fizesse uma requisição
do gênero ou por qualquer outra razão, é altamente descabido o “aceite”
pastoral e o endosso no espaço e no horário da reunião dos santos. Tal atitude
revela uma compreensão eclesiológica adoecida pelo espírito do tempo.
Em tempos de
polarização política e de uma série de acusações por parte de progressistas –
cristãos ou não – de que a Igreja como um todo prestou apoio acrítico e
institucional à campanha e eleição do atual presidente, tudo o que não
precisávamos era de um vídeo tão absurdo como este.
Uma coisa é o
líder usar o púlpito para pregar a Palavra e ensinar a Igreja sobre qual é a
relação do cristão e a política, ou se um cristão pode assumir cargo eletivo ou
coisa do gênero. O que não pode ser normatizado é um pastor que defende a
tradição protestante ignorar a democracia (que é um dos frutos da cosmovisão
bíblica e reformada) e instrumentalizar o próprio poder eclesiástico para fazer
política “em nome de Jesus”, e ainda dizendo que o deputado tem uma “missão”,
como se fosse um missionário transcultural.
Sou cristão, de
pensamento político conservador e liberal na economia, contudo não posso
aceitar este tipo de postura, ainda mais vindo de um pastor. Como seminarista,
aproveito um fato como este para aprender sobre o que não se deve fazer no
exercício do ofício pastoral.
Soube que a IPB já
se posicionou em suas mídias sociais, ainda que tardiamente, pois um
acontecimento como este, em tempos em que as notícias correm “full time”, a
resposta bíblica e coerente deve ser dada quase horas depois do vídeo ter
viralizado. E ainda espero algum tipo de atitude para com o pastor, que precisa
no mínimo se arrepender publicamente do pecado verbal que cometeu.
Esperamos que os
pastores sejam mais responsáveis e tementes a Deus. Esperamos que não
vilipendiem o púlpito do Senhor e que façam do mesmo um lugar de se pregar
Cristo, e este crucificado.
Quer ser político,
pastor Patriota? Filie-se a um partido, faça sua assinatura na construção deste
que apoias, mas não, não meta a Igreja de Jesus nisso.
Aviso: Os comentários são de
responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Blog do professor
Taciano Medrado. É vetada a postagem de conteúdos que violem a lei e/ ou
direitos de terceiros. Comentários postados que não respeitem os critérios
podem ser removidos sem prévia notificação.
Postar um comentário