BOLSONARO INICIA VIAGEM PELA ÁSIA !


Da Redação

Prof. Taciano Medrado


O presidente Jair Bolsonaro iniciou neste sábado (19/10) viagem rumo à Ásia e ao Oriente Médio. Durante 12 dias em que ficará fora, visitará oficialmente cinco países, sem contar as escalas em Portugal e no Cazaquistão, na ida; e na Espanha, na volta. O roteiro é importante pelo poder econômico das regiões. Com a viagem, Bolsonaro busca reafirmar laços comerciais e ampliar parcerias.


O chefe do Executivo tem demonstrado entusiasmo com a turnê ao exterior. “A expectativa é a melhor possível. Vários contatos foram feitos. Muitos acordos serão assinados. Há interesse da parte deles, não é nossa apenas. O Brasil está aberto para o mundo, não temos mais o viés ideológico para fazer negócios. E a gente espera que seja uma viagem proveitosa”, disse o presidente, recentemente, em frente ao Palácio da Alvorada.

Não há, entretanto, grandes expectativas de que novos acordos comerciais sejam firmados no momento. Fontes próximas a empresários que participarão de alguns trechos da viagem consideram que as incertezas no mercado externo devem dificultar avanços. A expectativa é de que os encontros internacionais sirvam para aproximar culturas e economias. Para isso, acreditam as fontes, o presidente terá de agir com muita diplomacia e traquejo, uma vez que visitará países culturalmente muito diferentes do Brasil.

Quando desembarcar em Tóquio, amanhã, Bolsonaro e a comitiva formada por sete ministros vão cumprir uma série de compromissos oficiais do roteiro que termina na Arábia Saudita, passando por China, Emirados Árabes e Catar, sede da Copa do Mundo de futebol em 2022. Os cinco países do roteiro presidencial, juntos, têm Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 19,6 trilhões, a valores de 2018, sendo que a China responde por US$ 13,4 trilhões. Por conta disso, a Ásia está com destaque no cronograma.

Todavia, no entender de analistas, Bolsonaro precisará dar atenção especial também ao países árabes, para aparar arestas e melhorar as relações, depois da saia justa diplomática com o anúncio da mudança da embaixada brasileira, em Israel, de Tel Aviv para Jerusalém, cidade alvo de disputas religiosas entre israelenses e palestinos. A transferência, entretanto, não ocorreu. Foi aberta apenas uma representação comercial na Terra Santa, a partir da ameaça de palestinos e árabes de suspender importações de carnes brasileiras.

A promessa do presidente em atrair investimentos sem viés ideológico é elogiada por analistas. Eles esperam pragmatismo de Bolsonaro para fazer negócios. “O país precisa de investimento, mas o sucesso vai depender de como essa missão foi preparada. Não poderá ser uma coisa improvisada para dar uma boa impressão aos investidores”, diz a economista e especialista em comércio internacional Lia Valls Pereira, pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV). “Primeiro, o presidente precisa tentar reverter a imagem do Brasil na região árabe, a fim de colaborar com o trabalho que a diplomacia tem feito para reverter o estrago do início do ano”, opina.

 

Os compromissos de Bolsonaro durante a viagem vão desde cerimônias políticas, como a entronização do novo imperador japonês Naruhito, a encontros bilaterais com o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, com o presidente chinês, Xi Jinping, e com príncipes e xeques dos demais países árabes do roteiro.

A agenda está cheia, prevendo também eventos empresariais e mesas redondas na China, nos Emirados Árabes, no Catar e na Arábia Saudita. A ideia é apresentar o “novo Brasil de reformas”, capaz de consolidar e estabelecer novas relações comerciais.



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