Por Valdo Cruz
A ameaça velada do hacker Walter Delgatti,
que disse por meio de advogados ter entregue todo material hackeado de
autoridades a pessoas de sua confiança dentro e fora do país, reforçou as
suspeitas de investigadores da Polícia Federal (PF) de que ele não teria agido sozinho no caso. Confirmada
a informação, seria o estilo de quem atuou de forma planejada e com o apoio de
outras pessoas.
Em seu primeiro
depoimento, Walter Delgatti, preso pela PF e que confessou ter invadido celulares de
autoridades, disse que agiu por conta própria e repassou as
conversas capturadas de celulares ao jornalista Glenn Greenwald sem pedir nada
em troca. A ameaça feita no domingo (28), em nota distribuída por seus advogados,
seria uma sinalização em sentido contrário, indicando que pode haver uma rede
por trás da operação.
Por enquanto, porém, a
PF ainda não tem nenhuma prova de que ele teria contratado ou atuado em
conjunto com alguém. E recebido pela invasão de celulares de procuradores da
Lava Jato, por exemplo. Os investigadores analisam o material apreendido em sua
residência e dos demais presos e aguarda os dados do seu sigilo bancário para
confrontar com a versão apresentada pelo hacker.
O perfil de Walter
Delgatti é usado como um dos indícios de que ele estaria sendo orientado no
caso desde o início. Antes de hackear autoridades, ele não tinha nenhuma
atuação com preocupação com questões nacionais e políticas. Pelo contrário,
sempre esteve envolvido em crimes cibernéticos e de falsificação de documentos.
Depois, ele passou a fazer
críticas ao governo Bolsonaro, ao ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança
Pública) e à Operação Lava Jato em redes sociais após as conversas capturadas
nos celulares invadidos por ele começarem a ser divulgadas. Ele, inclusive,
ficou afastado de uma rede social por oito anos, voltando somente agora com uma
atuação mais política.
FONTE: G1
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