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A saída de 3,5 mil funcionários da
Caixa Econômica Federal (CEF) através do Programa de Demissão Voluntária
Estimulada (PDVE) começará a ser efetivada a partir da próxima semana. O
anúncio sobre a medida foi feito ainda em maio e faz parte de um plano de
redução de custos. Em menos de três anos, a Caixa já realizou três programas de
demissão voluntária, o que já teria impactado em 3,6% menos gasto com pessoal
em 2018, quando 2.228 empregadores deixaram o banco.
Ainda em 2019, cerca de dois mil
servidores serão admitidos. Até o momento, 325 pessoas já foram chamadas e a
perspectiva, de acordo com informações da assessoria de comunicação da CEF, é
que os 1.675 restantes sejam convocados nos próximos meses. Todos fazem parte
do banco de vagas de Pessoas Com Deficiência (PCD). Os funcionários estão
passando pelo processo de admissão, como a realização de exames médicos, ações
de integração e assinatura de contrato.
“Foi um pedido (dos servidores). Eu
já fui a mais de 60 agências e as pessoas cobravam poder ter esse plano (de
demissão). Porque ele oferece alguns benefícios. Você se aposenta e recebe
vários salários na frente”, afirmou o presidente da CEF, Pedro Guimarães, em
entrevista exclusiva ao O POVO.
Ele explicou que, em 1989, houve um
concurso público para provimento de muitas vagas na instituição e, em 2019, as
servidoras que assumiram cargos naquele ano já estão aptas a se aposentar, após
30 anos de serviço público prestado. Os funcionários que se aposentarem ainda
este ano permanecerão com o direito ao plano de saúde. Este é o primeiro PDVE
executado durante a gestão de Pedro Guimarães.
“Agora, a partir do dia 5 de julho,
(saem) 3.500 pessoas que já poderiam se aposentar. Já iriam, mas agora
conseguem se aposentar recebendo 9,7 salários. Elas têm um ganho quase de um
ano trabalhado para se aposentar”, complementou o presidente. Pedro Guimarães
ressaltou ainda que dois mil funcionários seriam chamados, aprovados no
concurso realizado em 2014. Os funcionários serão contratados pelo regime CLT.
O economista Lauro Chaves,
conselheiro do Conselho Federal de Economia (CFE), comenta que o presidente da
Caixa destacou, durante visita a Fortaleza, que a instituição terá uma atuação
cada vez mais focada na área social e que, do ponto de vista organizacional, o
redimensionamento dos custos operacionais do banco - e consequentemente do seu
quadro de funcionários - seria justificável.
“Não ficou claro então, porque seriam
convocados aprovados em concursos recentes. Vale reforçar o relevante papel que
a CEF desempenha na economia brasileira e que para isso deve ter eficiência
operacional e foco estratégico”, comentou Lauro.
Para o presidente do Sindicato dos
Bancários do Ceará, Carlos Eduardo Bezerra, a redução do quadro de pessoas na
CEF pode impactar no atendimento da instituição, mais especificamente em
relação à execução de ações de crédito. “Significa a precarização do
atendimento em um momento que, desde 2013, percebemos mudança no volume de crédito
sendo alterado de bancos públicos para bancos privados”, avalia. A preocupação,
segundo ele, é que a medida impacte negativamente em programas sociais como o
Minha Casa, Minha Vida e Bolsa Família.
A assessoria de comunicação da CEF
ressaltou que são abertas 3.500 vagas para quem quer se aposentar
voluntariamente. Para isso, o funcionário precisa ter finalizado, até dezembro
deste ano, o processo de aposentadoria através do INSS, o que pode demandar
meses até sua concretização. O impacto dessa realidade no não preenchimento de
vagas pode chegar até 10%.
Fonte: O Globo
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