Há uma militância mercenária?




O cenário político atual, muitas vezes polarizado e ruidoso, revela uma triste realidade que transcende as ideologias de direita, centro ou esquerda: a existência de indivíduos cuja militância não é movida por convicção genuína, mas sim por interesse financeiro ou pessoal. Esses mercenários ideológicos se vendem à melhor oferta, vestindo a camisa de um partido ou governo com fervor simulado. Sua lealdade é uma mercadoria, não um princípio, e eles atuam como soldados pagos para defender narrativas, atacar adversários e manter o status quo de quem os financia.

O problema não é a defesa de uma ideia, mas a venda de uma postura, obscurecendo o debate público e transformando a política em um campo de batalha de interesses disfarçados de paixão cívica.

​A maior tragédia deste fenômeno é a erosão da transparência e a consequente vulnerabilidade do cidadão comum. Enquanto esses mercenários utilizam postagens midiáticas bem elaboradas, comentários comprados e slogans emocionais para construir uma realidade conveniente, a população se torna alvo fácil de manipulação. A política, em vez de ser um espaço de diálogo sobre o bem-estar coletivo, transforma-se em um espetáculo de marketing e propaganda. Essa falta de humildade e franqueza por parte da classe política, que prioriza a esperteza em prol de seus interesses, perpetua o engano.

Eles enganam a sociedade, mas, ao viverem na bolha de suas próprias mentiras pagas, acabam também sendo enganados pela ilusão de poder que a falta de princípios lhes proporciona. Para se proteger dessa teia de interesses e dissimulação, o cidadão precisa assumir a responsabilidade de ser o seu próprio analista político. Isso significa desenvolver um pensamento político próprio, que não aceite passivamente as narrativas prontas oferecidas por qualquer lado. O antídoto para a influência mercenária é o ceticismo estruturado: questionar a fonte da informação, buscar diferentes perspectivas, analisar se o discurso se alinha aos fatos e, crucialmente, verificar se as ações dos líderes políticos correspondem aos seus discursos. A verdadeira liberdade política reside na capacidade individual de discernir o que é um argumento sincero focado no bem comum e o que é apenas retórica paga para manutenção do poder.

​Portanto, o caminho para a lucidez política é a emancipação do pensamento. A única lealdade inegociável deve ser para com a verdade e a ética, e não para com um partido ou líder. Ao adotar uma postura de crítica construtiva e vigilância constante, o cidadão deixa de ser a vítima passiva da propaganda e se torna um agente fiscalizador ativo. Aprender a formar o próprio juízo político, fundamentado em fatos e valores, é a melhor e mais contundente forma de esvaziar o poder dos mercenários, exigindo que a política volte a ser um compromisso com a sociedade e não um negócio lucrativo para espertalhões.

Teobaldo Pedro
Juazeiro-BA

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