Por: Teobaldo Pedro*
O que direi a seguir não é uma verdade absoluta. É uma simples observação que inclui uma suspeita. O tema do Enem deste ano tratou do envelhecimento da população brasileira e dos desafios enfrentados pelos idosos em nossa sociedade. Sendo isso verdade, cabe uma pergunta: seria ético se houvesse, por trás dessa escolha, alguma intenção não apenas educativa, mas também política? Como tudo é especulativo, não podemos afirmar nada.
É importante reconhecer que o tema foi excelente. Abordar o envelhecimento junto aos nossos jovens é um avanço, uma escolha sensível e necessária. Considerando que a maioria dos “enemistas” tem menos de 30 anos, é salutar promover a reflexão sobre a terceira idade e sobre o respeito devido aos que envelhecem. Num país onde ainda se observa tanto etarismo, tantas atitudes de desrespeito e descuido com os idosos, esse debate é, sem dúvida, um ganho social e pedagógico.
Posto isso, há de se considerar o seguinte: por que este tema foi escolhido justamente agora, em um momento em que o atual presidente da República, já octogenário, manifesta o desejo de disputar a reeleição? A pergunta que não quer calar é: teria sido casual essa escolha? Ou proposital? Estaríamos diante de uma preparação sutil da mentalidade juvenil para aceitar, com naturalidade, a ideia de um candidato com mais de 80 anos na corrida presidencial? Vale lembrar que, nos Estados Unidos, o presidente Joe Biden, também idoso, na tentativa de reeleição teve que renunciar e dar lugar à sua vice, que chegou a ser acusada de senilidade. E, de fato, ele cometeu algumas gafes que comprovaram sinais de fragilidade mental. No Brasil, o presidente Lula, por vezes, é chamado de “senil” quando comete alguma “distração”.
Não é hora de julgamentos, nem de preconceitos. Todos têm direito de concorrer, desde que estejam com suas faculdades mentais preservadas. A questão aqui não é essa. A questão é que, se houve um uso político da escolha do tema, isso seria, no mínimo, antiético. No mínimo.
É preciso, contudo, fazer justiça à escolha. Ela é nobre em sua essência e carrega uma função social relevante. O envelhecimento populacional é uma realidade inevitável, e preparar os jovens para compreendê-la é um ato de educação e cidadania. O problema surge apenas quando um tema de tamanha importância é, eventualmente, manipulado para servir a propósitos que extrapolam a esfera pedagógica.
Concluo reiterando que recebo com bom grado o tema deste ano do Enem, por entender que ele traz à tona valores humanos essenciais, como respeito, empatia e solidariedade. No entanto, é indispensável que o exame preserve sua neutralidade institucional e não se torne, ainda que de forma velada, instrumento de influência ideológica ou eleitoral. A educação deve permanecer comprometida com a verdade, com a formação do pensamento livre e com a consciência crítica. Só assim o Enem continuará sendo um espelho do conhecimento e não um reflexo das conveniências políticas do momento.
(*) Pastor
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