(*) Taciano Medrado
Uma frase dita por Janja da Silva em meio a uma pergunta diplomática expõe mais uma vez o descompasso entre o Palácio do Planalto e o povo brasileiro.
Em um Brasil onde a população busca sobreviver ao custo de vida, ao desemprego e à instabilidade política, a frase que dominou o noticiário não foi sobre geração de empregos, saúde pública ou combate à fome. Foi, pasmem:
“Ai, cadê meus vira-latas? Cadê meus vira-latas?”
A autora da célebre frase é ninguém menos que a primeira-dama Janja da Silva, que protagonizou mais um episódio de constrangimento institucional. O episódio ocorreu após uma pergunta feita por jornalistas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre possíveis tarifas comerciais anunciadas pelos Estados Unidos, quando foi abordado que disseram ao petista: "Trump disse que vai anunciar tarifas contra o Brasil...".
Ao invés de silêncio respeitoso ou recato institucional, a primeira-dama interrompeu o momento diplomático com a frase que, evidentemente, caiu como uma luva para as redes sociais e foi amplamente repercutida pelos veículos de imprensa. O constrangimento foi tão grande que a assessoria de Janja correu para esclarecer: segundo nota oficial, a fala “não foi direcionada aos jornalistas”, mas sim “aos bolsonaristas que estão traindo os interesses e a soberania do Brasil”.
A justificativa, no entanto, levanta ainda mais questionamentos: seria adequado que a primeira-dama se referisse a opositores políticos como “vira-latas”? Em pleno cenário internacional, enquanto o ex-presidente norte-americano Donald Trump afirmava que o Brasil “não tem sido bom” para os EUA e anunciava novas tarifas contra produtos brasileiros, o Brasil respondia com… metáforas caninas.
O que poderia ter sido uma resposta firme e diplomática diante de uma ameaça econômica, virou um episódio de improviso político que beira o escárnio.
Enquanto o povo brasileiro se pergunta diariamente:
“Cadê o emprego?”
“Cadê a segurança?”
“Cadê a comida no prato?”
— no Planalto ecoa apenas:
“Cadê meus vira-latas?”
É o retrato de um governo que, ao invés de dialogar com maturidade, prefere latir palavras ao vento. E o povo, mais uma vez, é deixado para trás — sem coleira, sem voz, e sem rumo.
E vale lembrar que essa não é a primeira vez que a primeira dama age sem classe. Quem não se lembra dela xingando e mandando o bilionário Elon Musk se durante um discurso numa palestra sobre combate à desinformação no Cria G20, no Rio de Janeiro no dia 16 de janeiro.
(*) Professor e analista político
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