Editorial – 15 de Julho: O que comemorar no governo do tão falado “Novo”?

Imagem criada pela equipe do TMNews do Vale com auxilio da I.A


(*) Taciano Medrado

Todo ano quando chega o dia 15 de julho fico imaginando que texto vou escrever em homenagem ao aniversário da cidade de Juazeiro no Norte da Bahia.

Esse ano a cidade ribeirinha ao Rio São Francisco, chega aos seus 147 anos de emancipação política em meio a um momento de grande descompasso entre o discurso oficial e a realidade das ruas.

A data, que deveria simbolizar orgulho, avanços e conquistas, encontra-se hoje envolta em um clima de frustração e desconfiança.

A pergunta que ecoa entre a população é direta e incômoda: o que, de fato, temos a comemorar sob a gestão do tão falado “Novo”?

Assumindo o comando do município com promessas de renovação, modernidade e ruptura com velhas práticas, o atual governo Andrei Gonçalves se valeu do discurso da mudança. Contudo, passado quase 7 meses do mandato, o que se observa é um modelo de gestão cada vez mais parecido com os vícios que tanto criticou.

A cidade enfrenta problemas graves e visíveis. As promessas de melhorias na infraestrutura urbana não se concretizaram. A cidade fede, ruas esburacadas, entulhos acumulados, esgoto correndo a céu aberto e obras paradas denunciam o abandono de bairros inteiros.

O sistema de saúde pública enfrenta colapsos constantes, com UBS fechadas, falta de insumos, medicamentos e profissionais. A educação municipal padece com escolas deterioradas e em situações precárias de funcionamento e sendo obrigadas pelo MP a realizarem reformas urgentes a exemplo da Escola Municipal Centro Social Urbano Américo Tanuri no bairro Castelo Branco.

A marca do “Novo” governo também se revela na forma como trata a democracia e a participação popular. A ausência de políticas públicas voltadas para a população mais necessitada e o abandono das periferias são um retrato cada vez mais evidente da atual gestão municipal. A centralização de decisões, a maquiagem publicitária e o uso excessivo de canais oficiais para promover narrativas favoráveis revelam uma gestão mais preocupada com a imagem do que com os resultados.

É preciso, portanto, ir além da retórica. Não se administra com slogans, nem se transforma uma cidade apenas com estratégias de marketing. A população juazeirense, madura e atenta, sabe distinguir propaganda de progresso. E o que se vê nas ruas, nos postos de saúde, nas escolas e no transporte público é um retrato que não condiz com a “cidade modelo” vendida nos discursos.

Neste 15 de julho, a história de Juazeiro merece ser celebrada. Seu povo, sua cultura e sua força são motivos legítimos de orgulho. Mas é também o momento de reflexão, de cobrança e de responsabilização. Governar é mais do que ocupar cargos: é prestar contas, ouvir a população e entregar resultados concretos.

O povo de Juazeiro não precisa apenas de um "Novo" e tão pouco de  Pão & Circo sob a atração de um pássaro do mal que só traz pancadaria e violência por onde passa, indo na contra mão de um gestor municipal que se diz religioso e temente  a Deus.

Juazeiro precisa de uma nova postura, novos compromissos e, sobretudo, de uma nova relação entre governo e sociedade.


TMNEWS DO VALE – A voz crítica do Vale do São Francisco.

(*) Professor, cidadão juazeirense e analista político


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