O dólar voltou a ceder ante o real nesta quarta-feira e encerrou a sessão no menor valor desde agosto do ano passado, retomando o movimento mais recente de baixas em meio à derrubada do decreto do IOF no Congresso e ao ambiente de juros elevados no Brasil.
A moeda norte-americana à vista fechou com baixa de 0,77%, aos R$5,4191, na menor cotação desde 19 de agosto do ano passado, quando encerrou aos R$5,4134. Em 2025, a divisa acumula baixa de 12,30%.
Às 17h28, na B3 o dólar para agosto -- atualmente o mais líquido no Brasil -- cedia 0,57%, aos R$5,4615.
No início do dia, o dólar chegou a oscilar acima dos R$5,50, em sintonia com o avanço firme da moeda norte-americana ante várias divisas no exterior. Mas ainda pela manhã a divisa foi perdendo força até se firmar no território negativo, acompanhando certa perda de fôlego do dólar também no exterior.
Internamente, ainda repercutia no mercado a derrubada do decreto de elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) no Congresso, na quarta-feira da semana passada. Desde então, a cotação do dólar já cedeu 14 centavos de real, com os agentes permanecendo atentos aos desdobramentos da questão em Brasília.
Um dia após a decisão da Advocacia-Geral da União (AGU) de ingressar com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para defender o decreto que elevava as alíquotas do IOF, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira que as discussões sobre o tema não são políticas, mas jurídicas.
O recuo do dólar ante o real também era justificado pela leitura de que o país, com uma taxa básica Selic de 15%, segue atrativo ao capital externo, ainda mais com a perspectiva de que o Federal Reserve possa começar a cortar os juros nos EUA no curto prazo.
No início do dia, o Relatório Nacional de Emprego da ADP mostrou que foram perdidas 33.000 vagas de emprego no setor privado dos EUA no mês passado. Economistas consultados pela Reuters previam abertura de 95.000 empregos. Naquele momento, os números reforçaram as apostas de que o Fed iniciará o processo de corte de juros já no fim de julho.Neste cenário, após marcar a cotação máxima de R$5,5070 (+0,84%) às 9h13, pouco depois da abertura, o dólar à vista cedeu à mínima de R$5,4155 (-0,83%) às 16h46, já na reta final da sessão.
Durante evento do Citi em São Paulo no meio do dia, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Nilton David, disse que “onde o câmbio vai parar” tem muito mais a ver com o comportamento do dólar no mundo do que com o desempenho do real.
David afirmou que o BC não interveio na moeda neste ano e não vai intervir se não for necessário. Segundo ele, atuações cambiais da autarquia buscam corrigir disfuncionalidades e não têm relação com preço.
À tarde, o BC informou que o Brasil registrou fluxo cambial total negativo de US$3,711 bilhões em junho até o dia 27.
Pela manhã, em sua operação diária de rolagem, o Banco Central vendeu toda a oferta de 35.000 contratos de swap cambial tradicional.
Às 17h27, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,15%, a 96,787.
Fonte: Reuters
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