Esta prisão representa a detenção do quinto suspeito ligado ao grave atentado ocorrido em Bogotá há um mês, que manteve o político de 39 anos em estado crítico.
A detenção de Arteaga Hernández ocorreu em tempo recorde, menos de 24 horas depois de a Interpol ter emitido um aviso vermelho de procurado internacional . A operação conjunta entre a Polícia Nacional e o Ministério Público foi realizada no bairro de Engativá, em Bogotá, o mesmo local onde Uribe Turbay foi gravemente ferido em 7 de junho durante um comício político.
Segundo o diretor da polícia colombiana, general Carlos Fernando Triana, "El Costeño" terá sido o responsável por induzir e utilizar o menor de 15 anos que disparou os tiros contra o senador. As acusações contra Arteaga incluem tentativa de homicídio agravado, fabricação, tráfico e porte de armas de fogo, bem como o uso de menores para cometer crimes. Foi oferecida uma recompensa de 300 milhões de pesos colombianos, o equivalente a aproximadamente US$ 75.000, pela sua captura.
O ataque ocorreu em plena luz do dia, quando Uribe Turbay, senador do partido Centro Democrático, se dirigia a um grupo de apoiantes num parque de Modelia, no âmbito das suas actividades pré-eleitorais para as eleições presidenciais de 2026. O político foi baleado duas vezes na cabeça e uma vez na perna esquerda e, desde então, encontra-se em estado grave na Fundación Santa Fe, em Bogotá, onde foi submetido a várias cirurgias, incluindo uma operação de emergência a um edema cerebral em 16 de junho.
Controvérsia sobre o regime de segurança reduzida
Um dos aspectos mais preocupantes do caso foi a redução inexplicável do esquema de segurança de Uribe Turbay no dia do atentado. O presidente Gustavo Petro revelou que a proteção do senador foi estranhamente reduzida de sete para três pessoas imediatamente antes do atentado, um facto que levantou sérias questões sobre a responsabilidade institucional.
A família do político apresentou uma queixa-crime contra a Unidade Nacional de Proteção (UNP), pertencente ao Ministério do Interior, alegando negligência nos pedidos de reforço da segurança. O advogado da família, Víctor Mosquera, revelou que foram apresentados mais de 23 pedidos de reforço de proteção durante 2025, o último dos quais a 5 de junho.
As respostas da UNP, segundo Mosquera, baseavam-se num "copy-paste" que rejeitava sistematicamente os reforços solicitados.
Medo do regresso da violência política na Colômbia
O atentado contra Miguel Uribe Turbay despertou os fantasmas do passado colombiano, reacendendo os receios de um regresso aos anos negros do século passado, quando vários candidatos presidenciais foram assassinados. Muitos analistas consideram que este atentado representa um retrocesso de três décadas em termos de violência política, recordando os assassinatos de Luis Carlos Galán Sarmiento, Bernardo Jaramillo Ossa e Carlos Pizarro durante a campanha eleitoral de 1990, numa altura em que a Colômbia enfrentava a violência do tráfico de droga e de grupos guerrilheiros como as FARC.
A gravidade da situação levou nove partidos políticos colombianos, principalmente de direita, a anunciar a sua intenção de recorrer a organismos internacionais para garantir a equidade do processo eleitoral. Num comunicado conjunto, estas forças políticas manifestaram a sua preocupação com a falta de garantias e com o alegado preconceito do governo contra a oposição, solicitando condições justas que consideram estar a ser negadas a nível nacional.
A investigação continua a decorrer com o menor de 15 anos que disparou os tiros sob custódia policial, cujo testemunho é fundamental para desvendar totalmente a rede criminosa por detrás do ataque.
Com cinco detenções efetuadas até à data, as autoridades continuam a trabalhar para desmantelar totalmente a organização criminosa responsável por este grave atentado à democracia colombiana.
Fonte: Euronews Português
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