83,48% dos brasileiros que atrasaram contas em maio retornaram para a negativação

Foto ilustrativa

(*) Renan Diego

A precariedade da educação financeira entre os brasileiros volta a dar indícios. Isso porque o Indicador de Reincidência da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), revelou que o total de negativações em maio, correspondendo a 83,48%, foram de devedores reincidentes, ou seja, de brasileiros que já tinham aparecido no cadastro de inadimplentes nos últimos 12 meses. Para Renan Diego, consultor financeiro, além do baixo controle das finanças pessoais, fatores como a inflação persistente e os baixos salários também podem contribuir para esse movimento.

"A dificuldade de realizar uma organização da renda ou até mesmo um planejamento de gastos é algo recorrente entre os brasileiros. Uma grande parte da população não sabe conciliar as suas despesas fixas, como o aluguel, conta de água e luz, com os gastos extras, que são as compras de mercado, roupas e eletrônicos. Além disso, o país está passando por uma alta inflação ao mesmo tempo em que os salários não sustentam os gastos que não são considerados básicos. Dessa forma, esse cenário se agrava com a falta de conhecimento em educação financeira e a pouca compreensão sobre como ela influencia no endividamento", explica Renan.

O Indicador de Reincidência da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas também foi responsável por revelar que, entre o campo de devedores reincidentes, 62,98% foram de consumidores que ainda não tinham quitado dívidas antigas até maio. Já 20,50% tinham saído do cadastro de devedores nos últimos 12 meses, mas retornaram. O levantamento ainda revela que o tempo médio entre o vencimento de uma dívida para outra é de 71,1 dias, depois de 2,4 meses, em média, de ficar inadimplente, o consumidor volta a atrasar o pagamento de uma segunda conta.

"É importante ressaltar que existem diferentes estratégias que podem ajudar os brasileiros a se manterem organizados em relação às suas finanças pessoais, portanto que as despesas sejam revisadas mensalmente. A primeira dica é cortar os gastos que são desnecessários, como assinaturas de streamings que não são utilizados, compras excessivas de roupas e acessórios, além das aquisições feitas por impulso. Outro passo importante é evitar assumir novas dívidas, principalmente se já tem parcelas que comprometem uma grande parte da renda", o consultor financeiro indica.

Os dados do indicador de recuperação de crédito mostram que, nos 12 meses encerrados em maio de 2025, houve uma queda de apenas –0,04% no número de devedores reincidentes, aqueles que já tinham aparecido no cadastro de inadimplentes no período analisado. A comparação é com os 12 meses anteriores. De acordo com Renan, o movimento acontece já que alta inflação vem sendo registrada nos últimos meses, o que eleva os juros e aumenta as chances do endividamento entre a população.

"Isso porque quanto maior a inflação, menor é o poder de compra entre os brasileiros, especialmente os que recebem só um salário mínimo. Esse efeito acontece já que o valor de produtos e serviços aumentam sem que a renda acompanhe esse crescimento, fazendo com que o planejamento seja fundamental para evitar o endividamento. É importante priorizar as contas essenciais, como água, luz, gás, aluguel e condomínio, considerando que a falta de pagamento pode levar à interrupção desses serviços e, no caso do condomínio, até a uma ação judicial”, recomenda Renan.

Os dados do indicador de recuperação de crédito mostram que, nos 12 meses encerrados em maio de 2025, houve queda de ‐11,92% no número de consumidores que conseguiram sair das listas de negativados. Ainda de acordo com a instituição, o número de reincidentes com participação mais expressiva no Brasil em maio foi da faixa de 30 a 39 anos (25,62%). A participação dos devedores reincidentes por sexo segue bem distribuída, sendo 54,49% mulheres e 45,51% homens.

"Após realizar o pagamento das contas que são consideradas essenciais, é importante quitar outras parcelas, como de imóveis e veículos, já que a falta do pagamento pode resultar na retomada dos bens pelas instituições financeiras. Feito isso, é hora de quitar as dívidas que possuem os juros mais altos, como o cartão de crédito ou o cartão de lojas", afirma o consultor financeiro.

(*) Especialista em finanças pessoais e investimento, Renan Diego é formado em Engenharia Mecânica pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e atua há quase 10 anos como educador financeiro e consultor no segmento. À frente da edtech Produtividade Financeira, o carioca já educou mais de 8 mil brasileiros que querem administrar melhor o próprio dinheiro e investir do zero. O profissional também conta com MBA em Value Investing. Hoje, com mais de 340 mil seguidores no Instagram (@renandiegooficial), o especialista compartilha na sua página oficial conteúdos sobre como poupar, administrar e investir melhor o dinheiro.

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