Foto produzida pelo TMNews do Vale com auxílio a I.A
(*) Taciano Medrado
Depois de me recusar a assistir à Seleção Brasileira de futebol jogar por quase um ano, ontem, movido pela curiosidade, me prostrei em frente à televisão na expectativa de ver algo de novo vindo de uma das maiores seleções do mundo e detentora de cinco títulos mundiais.
Pura decepção. Afinal, o Brasil enfrentava uma seleção com retrospecto negativo de mais de 20 anos sem vencer a Canarinho. A última vitória dos equatorianos ocorreu em 17 de novembro de 2004, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2006. Pois bem — ontem, o Equador resolveu, educadamente, lembrar à Seleção Brasileira que passado não ganha jogo.
Apesar de chegar ao Brasil com a mala recheada de títulos internacionais e o respeito do mundo da bola, o técnico Carlo Ancelotti — ou melhor, seu “representante” na casamata, já que o próprio ainda está mais lá do que cá — se contorceu, gritou, esperneou e massacrou a pobre goma de mascar ao perceber o quão limitado é o atual elenco brasileiro. Para alguém habituado a comandar verdadeiros craques mundiais, deve ter sido um choque cultural. Nem seu menino de ouro, Vini Jr., conseguiu agradar.
Nenhum torcedor brasileiro aguenta mais ver, rodada após rodada, os mesmos rostos vestindo a amarelinha. Jogadores como Richarlison e Cia. parecem ter se firmado na seleção por decreto — ou, quem sabe, por alguma cláusula oculta de contrato. O fato é que, na prática, seguem em campo oferecendo atuações que variam entre o medíocre e o irrelevante.
A Seleção vive mais uma de suas promessas de "renovação". Novo técnico, novos discursos, palavras da moda como “intensidade” e “transição”. Mas basta sair a primeira convocação para cairmos na real: o roteiro segue idêntico. Moderniza-se o vocabulário, mas mantém-se a essência burocrática, emperrada e – por que não? – previsível de sempre.
O futebol brasileiro, tão fértil em talentos, continua escravo das mesmas panelinhas, dos velhos esquemas e das convocações que mais parecem sorteios encomendados. O resultado? Um time morno, sem identidade, incapaz de empolgar nem mesmo os mais patriotas.
Em resumo: temos um novo técnico no papel, mas o espírito da Seleção continua sendo o mesmo — acomodado, previsível e preso ao passado.
O torcedor brasileiro, cansado de tantas decepções, não quer mais discursos bonitos. Quer futebol. E isso, infelizmente, parece ter saído de campo faz tempo.
Na próxima terça-feira (10), na Neo Química Arena, a Seleção Brasileira vai enfrentar o Paraguai. Será o primeiro compromisso de Ancelotti diante do torcedor em território brasileiro.
Será que, dessa vez, veremos alguma mudança real? Ou será apenas mais um capítulo da mesma novela onde veremos os velhos "peladeiros" em campo?
(*) Professor e torcedor brasileiro
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