Fumaça registrada em Natanz, instalação de enriquecimento de urânio no centro do Irã. Foto: IRINN / AFP..
Israel anunciou nesta sexta-feira 13 que bombardeou as instalações nucleares e militares do Irã e prometeu continuar sua campanha para “alcançar muito mais”.
Explosões foram ouvidas em Teerã e em uma importante instalação de enriquecimento de urânio.
O que foi atingido?O Exército israelense afirmou ter mobilizado 200 aeronaves para atacar quase 100 alvos em todo o Irã.
Explosões foram relatadas em Teerã, onde a televisão estatal afirmou que incêndios e fumaça foram observados, e em um quartel-general da Guarda Revolucionária, o exército ideológico do Irã, no leste da capital.
A emissora de televisão também relatou danos a prédios residenciais e mortes de civis. Pelo menos 95 pessoas ficaram feridas.
As mortes ainda não foram calculadas de forma oficial. Sabe-se, porém, que entre as vítimas fatais estão o chefe da Guarda Revolucionária, Hossein Salami, e o comandante do Estado-Maior, Mohamed Bagheri. Importantes cientistas nucleares do país também morreram nos bombardeios.
Outro ponto atingido por Israel é Natanz, na província central de Isfahan, no Irã, e sede de uma grande usina nuclear. A região foi atacada “várias vezes”.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou que Natanz foi uma das instalações nucleares atacadas. Os inspetores informaram que nenhum aumento na radiação nuclear foi detectado na área.
Outros ataques foram relatados contra três instalações militares no noroeste do Irã, embora Teerã tenha afirmado que as instalações nucleares de Fordow e Isfahan não foram atingidas.
Declaração de guerra
Os ataques desta sexta-feira, segundo o Irã, são uma ‘declaração de guerra’. O país enviou a avaliação à ONU e pediu uma reunião de emergência do Conselho de Segurança.
O Exército de Teerã também comentou os bombardeios e prometeu uma resposta “sem limites”. O líder Supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, por sua vez, disse que Israel terá um “destino doloroso e amargo” após atacar seu país.
Por que agora?
Israel considera a República Islâmica uma ameaça existencial. O país afirma que destruiu as defesas aéreas do Irã no ano passado em retaliação ao lançamento de quase 200 mísseis contra Israel.
O ministro da Defesa, Israel Katz, chamou a operação desta sexta-feira de “ataque preventivo”.
Segundo o Exército israelense, informações de inteligência indicam que o Irã está se aproximando de um “ponto de não retorno” em seu programa nuclear.
Estados Unidos, Israel e as potências ocidentais acusam Teerã de buscar armas nucleares, uma alegação que Teerã nega.
Israel pediu uma ação global depois que a AIEA acusou o Irã de não cumprir com suas obrigações.
Os Estados Unidos tinham indícios de que um ataque militar israelense era possível.
“Não quero dizer que seja iminente, mas parece que algo pode acontecer”, disse o presidente americano, Donald Trump, a repórteres na quinta-feira, quando questionado se previa um ataque israelense.
A sexta rodada de negociações sobre o programa nuclear iraniano entre Washington e Teerã estava marcada para domingo em Omã.
A suposta participação dos EUA.
Israel depende dos Estados Unidos para ajuda militar e apoio diplomático, mas realizou os ataques sozinho, afirmou o secretário de Estado americano, Marco Rubio.
Rubio indicou que Israel “nos disse que acreditava que a ação era necessária para sua autodefesa” e evitou expressar apoio ou críticas aos ataques.
Em entrevista à Fox News, Trump insistiu que Teerã “não pode ter uma bomba nuclear”.
O Irã afirmou que Washington seria “responsável pelas consequências” dos ataques israelenses, afirmando que eles “não poderiam ter sido realizados sem a coordenação e a permissão dos Estados Unidos”.
Trump alertou Teerã para que não ataque funcionários dos EUA ou instalações de interesses norte-americanos, como as bases militares do país no Oriente Médio.
Comunidade internacional prega cautela
O movimento islamista palestino Hamas alertou que os ataques israelenses ameaçam “desestabilizar a região”, enquanto a Arábia Saudita condenou as “agressões flagrantes”.
Omã, mediador nas negociações entre Teerã e Washington, criticou os ataques como uma “escalada perigosa” que ameaça a estabilidade regional.
A Jordânia, país que faz fronteira com Israel, garantiu que não autorizará nenhuma violação de seu espaço aéreo em caso de conflito. A autoridade nacional de aviação anunciou o fechamento de seu espaço aéreo e a paralisação de todas as aeronaves como precaução.
A Casa Branca anunciou que Trump convocará o Conselho de Segurança Nacional para analisar a situação.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, pediu às partes que “recuem e reduzam as tensões urgentemente”. O chefe da diplomacia francesa, Jean-Noël Barrot, também considerou “essencial mobilizar todos os canais diplomáticos para apaziguar” a situação.
Na Europa, outra reação vem da Alemanha, onde o chefe de governo, Friedrich Merz, pediu a ambos os lados que evitem “qualquer nova escalada” que possa “desestabilizar toda a região”, ao mesmo tempo em que enfatizou “o direito de Israel de se defender. A chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, pediu “contenção” de todas as partes.
Para o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, trabalhar para uma desescalada é “crucial”. O secretário-geral da ONU, António Guterres, instou Israel e Irã a “mostrar moderação máxima”.
A China afirmou que “se opõe a qualquer tipo de violação da soberania” do Irã e se ofereceu para “desempenhar um papel construtivo” para acalmar a situação no Oriente Médio.
A Rússia, por fim, denunciou os ataques israelenses, chamando-os de “inaceitáveis”, e declarou que o Irã não fez nada para provocá-los.
Fonte: Carta Capital com informações de AFP
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