Foto produzida pelo TMNews do Vale com auxílio da ferramenta I.A
(*) Taciano Medrado
Ah, o “novo”! Como ele soa bem em tempos de campanha… soa como esperança, como ruptura com os velhos vícios, como a tão sonhada revolução administrativa. E Juazeiro acreditou. Acreditou no “novo”, no jargão bem ensaiado, na maquiagem de promessas frescas embaladas por jingles eletrizantes e discursos com cara de TED Talk.
Mas o que era “novo” envelheceu rápido. Rápido demais.
Hoje, Juazeiro fede. Literalmente e metaforicamente. Basta um passeio rápido pelas ruas da cidade – da periferia ao centro – para sentir o aroma da incompetência e da propaganda vencida. O esgoto corre a céu aberto em bairros esquecidos, o lixo se acumula como as promessas de campanha: mal embaladas e fora do prazo de validade.
Desde o final do mês de maio que uma moradora tenta a retirada de um entulho na Travessa Edson Ribeiro, número 75, bairro Vila Euza, também conhecido como Alagadiço, próximo à igreja do Cosminho – e a gestão municipal Andrei Gonçalves faz vistas grossas e ignora.
Esse é o retrato da atual gestão municipal que, durante as campanhas eleitorais, pregava a todos os pulmões que faria o “novo”. Parece que a frase de efeito só ficou nos palanques. Passados quase 1/8 de mandato, a cidade continua fedendo.
Para quem circula diariamente pelas ruas e bairros, a impressão que fica é que a cidade está abandonada, entregue às moscas e aos ratos, enquanto o poder público municipal se preocupa mais em fazer selfie com os “mandachuvas” lulopetistas – como se já tivesse acionado o botão de start rumo às eleições municipais de 2026.
E onde está o “novo” governo que prometia mudar tudo, fazer diferente, revolucionar a gestão pública? Provavelmente gravando mais um vídeo nas redes sociais, enquanto a realidade passa longe da estética dos stories bem editados.
A cidade está fedendo porque a gestão também fede. Fede a improviso, a arrogância, a falta de escuta. Fede a marketing barato disfarçado de eficiência. Juazeiro fede porque a fantasia do “novo” virou um carnaval fora de época – mas sem alegria, sem brilho, e com muitos desfiles de egos inflados.
A população, que já conhece esse roteiro, observa atônita a reencenação da velha novela política: o poder que sobe à cabeça, o povo que desce ladeira abaixo. Enquanto isso, os serviços públicos seguem emperrados, os servidores desmotivados e o povo abandonado.
Mas há um consolo: o “novo” governo está sempre pronto para uma coletiva de imprensa cheia de frases feitas. “Estamos trabalhando incansavelmente.” “O futuro é agora.” “Vamos construir juntos.” Pena que o que se constrói, de fato, é mais frustração.
É curioso como o “novo” ficou tão parecido com o “velho”. Ou será que sempre foi o “velho” com uma embalagem reciclada?
Enquanto isso, Juazeiro fede. E não é só o nariz que percebe – é o coração do povo que sente. Porque prometer o céu e entregar o esgoto não é só incompetência: é desrespeito.
Que venha o próximo slogan. Mas que venha com desinfetante e vergonha na cara.
(*) Professor, analista político e redator - chefe
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