Tudo o que semearmos, inevitavelmente colheremos. Chamamos isso de efeito bumerangue: tudo que vai, volta, mais cedo ou mais tarde, de alguma forma. Isso não é fatalismo existencial, tampouco crença em mandalas hinduístas ou misticismo cabalístico.
Trata-se de um princípio universal, absoluto, inquestionável e recorrente. Independentemente do rótulo religioso, filosófico ou ideológico que o envolva, essa verdade axiomática acompanha a humanidade desde os seus primórdios. Quase todas as culturas que já existiram neste mundo compartilham essa convicção de que nossas ações, boas ou más, retornam para nós com exatidão e justiça.
Nos relacionamentos, se não estivermos atentos, podemos ser levados por decisões impensadas a agir com o nosso próximo exatamente como jamais gostaríamos que agissem conosco. E é disso que se trata. "Tudo o que o homem semear, isso também colherá", afirma a Escritura. Logo, essa não é apenas uma percepção popular ou ancestral: é também uma verdade respaldada pela Palavra de Deus, que nos adverte que tudo o que está oculto será revelado, e que toda maldade será, em algum momento, corrigida.
"Aquele que sabe o bem que deve fazer e não o faz, comete pecado." Essa declaração central da fé cristã reforça ainda mais o que estamos dizendo. Omissão também é escolha, e geralmente, uma escolha egoísta. É preferir não se envolver para não partilhar da dor que não é sua. É recusar-se a colocar-se no lugar do outro antes de agir. É ignorar o quanto uma palavra ou atitude, ou mesmo um silêncio, pode ferir ou decepcionar. Em suma, é viver centrado em si mesmo, sem se importar com ninguém além da própria vontade.
O fato é que, mais cedo ou mais tarde, se não formos colhidos pela morte antes, a vida nos colocará em situações nas quais precisaremos que façam por nós o que um dia deixamos de fazer por alguém. E lembrar disso nos torna menos egoístas, menos manipuladores, menos propensos a causar feridas na alma alheia. Isso nos humaniza e nos alinha ao Evangelho.
Portanto, na próxima vez que seu coração desejar agir de forma a prejudicar ou entristecer alguém, pare e reflita. Coloque-se no lugar do outro. Avalie com honestidade e isenção o impacto, bom ou ruim, que sua atitude causará. E só então decida. Mas decida à luz do amor cristão, que não busca o mal do próximo. Cuidado com o que você planta hoje, porque o bumerangue que lançamos, mais cedo ou mais tarde, volta exatamente na direção de onde saiu. Pense nisso. Shalom.
(*) É pastor evangélico há 30 anos e tem forte atuação na área social do Vale do São Francisco, desenvolvendo diversas ações nesse segmento há três décadas, tendo sido parceiro na criação de vários projetos de inclusão em Juazeiro e região. Ele tem formação em Teologia, Psicanálise Clínica, Educação Religiosa e Filosofia. Fez especialização em Radialismo, atuando por vários anos na área. É também professor e escritor. Em 2013, ganhou o título de Dr. Honoris Causa pela Genesis University. Colunista do TMNews do Vale (Blog do professor Taciano Medrado)
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