CASO BRUNO HENRIQUE: MP pede R$ 2 milhões do jogador por manipulação em partida


Os promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ao denunciar o atacante do Flamengo por três crimes, pediram que o jogador pague R$ 2 milhões como forma de reparação por danos morais coletivos, por tentar fraudar uma partida do Campeonato Brasileiro.

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) enquadrou Bruno Henrique nos crimes de manipulação de resultado esportivo, estelionato consumado em coautoria e tentativa de estelionato em coautoria (duas vezes).

O MP solicitou o pagamento do valor e elencou os motivos que justificariam a medida, afirmando que ela serviria para assegurar o comparecimento do atleta aos autos do processo, evitar a obstrução do andamento judicial ou, ainda, impedir resistência injustificada às ordens da Justiça.

“Isso porque, como é notório, Bruno Henrique mantém, até o presente momento, sua atividade profissional como atleta do Clube de Regatas do Flamengo, da qual advém sua participação em jogos e compromissos em todo o território nacional e no exterior, notadamente em razão de o seu clube empregador estar disputando o Campeonato Brasileiro, a Copa do Brasil, a Copa Libertadores da América e o Campeonato Mundial de Clubes”, explicam os promotores.

“Nesse contexto, em face de suas obrigações laborais e da ampla possibilidade de deslocamento do acusado por todo o globo terrestre, é inegável que se instaura, no bojo do processo penal que será iniciado, uma perspectiva de alguma incerteza quanto à sua disponibilidade e comprometimento em participar de todos os atos do processo, de modo a ensejar o manejo da medida cautelar de fiança como recurso apropriado e razoável para mantê-lo compromissado de forma mais estrita ao desenrolar processual, propiciando fluidez e resultado útil ao feito”, ressaltam os integrantes do Gaeco.

Ao citarem a fiança, os promotores destacam que ela “servirá como mecanismo de garantia ao ressarcimento dos danos morais coletivos acarretados pela prática dos crimes que foi por ele encabeçada, o que encontra esteio no art. 336 do Código de Processo Penal”.
Agiu com consciência, diz MP


Os promotores relatam que, após ser avisado por Bruno Henrique de que receberia o amarelo, Wander Nunes Pinto Júnior comunicou a informação a familiares — segundo a Polícia Federal (PF), o último contato do atacante foi uma ligação com o irmão às vésperas da partida. Um dos amigos de Wander disseminou a informação para um núcleo de apostadores, que então fizeram apostas específicas no cartão amarelo do jogador — o que, de fato, ocorreu.

“Assim, todos os acusados, cientes de que se tratava de um acontecimento já ajustado e encaminhado, efetivaram apostas ‘prevendo’ o mencionado cenário. No dia aprazado, então, 01/11/2023, durante a partida entre Flamengo e Santos, Bruno Henrique realmente cumpriu com a palavra dada a Wander e forçou um cartão amarelo já nos minutos finais da partida, sendo punido, logo depois, com o cartão vermelho, por ter xingado o árbitro”, explicaram os promotores na denúncia.

Um ponto que chama a atenção dos investigadores é o fato de que as contas que realizaram as apostas no atacante eram recém-criadas. Conforme revelado pelo Metrópoles e citado na denúncia do MP, mais de 95% das apostas feitas foram direcionadas especificamente ao recebimento de cartão amarelo por Bruno Henrique.

“Para ser mais específico, no caso da Betano, 98% do volume de apostas para o mercado de cartões foi direcionado para que Bruno Henrique os recebesse — percentual próximo aos 95% identificado pela GaleraBet e compatível com a constatação apresentada pela KTO, de que houve um claro direcionamento para o evento em questão”, destacam os promotores.

“Assim, ao analisar o grupo de apostadores que registraram as apostas suspeitas, verificou-se que ou eram usuários titulares de contas recém-criadas nas plataformas — o que revela o objetivo específico de apostar naquele mercado de cartões e na punição de Bruno Henrique — ou eram clientes antigos que destoaram de seus padrões anteriores de apostas e elevaram consideravelmente os valores investidos naquele caso específico”, concluem.
Denunciado

Promotores do Gaeco consideraram que o jogador teria combinado a aplicação de um cartão amarelo para beneficiar apostadores.

A denúncia foi protocolada nesta quarta-feira (11/6) e acompanha o pedido de indiciamento feito pela Polícia Federal (PF), que apontou o envolvimento do atleta e de outras nove pessoas pelos crimes de estelionato e fraude em competição esportiva. O caso foi mostrado em primeira mão pelo Metrópoles.

“Nos termos em que será adiante detalhado, a presente denúncia tem por objeto a imputação de crimes de fraude a resultado ou evento associado à competição esportiva (art. 200 Lei nº 14.597/2023), bem como de crimes de estelionato praticados em desfavor de pessoas jurídicas que atuam como agentes operadores de quota fixa, nos termos da Lei nº 14.790/2023”, diz o MPDFT.

Defesa

Em nota enviada ao Metrópoles, a defesa do jogador contesta a denúncia.

Confira:

“A denúncia oferecida pelo MPDFT, além de inteiramente insubsistente, é manifestamente aproveitadora, dado o contexto em que oferecida, coincidentemente na mesma data em que divulgada a lista de jogadores inscritos para o Super Mundial de Clubes da FIFA, na qual consta o Sr. Bruno Henrique.

Embora a medida do órgão ministerial seja oportunista, a sua defesa esclarece que as indevidas acusações formuladas serão técnica e imediatamente refutadas no processo.”

Texto e foto:  Metrópoles 

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