Traficante ligado ao PCC ofereceu R$ 500 mil para prefeito no RN renunciar e dar cargo à vice, sua irmã.

Imagens mostram momento em que prefeito de João Dias, Marcelo, e seu pai foram mortos durante a campanha de 2024, na qual tentava reeleição. — Foto: Reprodução/TV Globo


Em 2020, durante a campanha para prefeito da cidade de João Dias, no Rio Grande do Norte, o então candidato Francisco Damião de Oliveira, conhecido como Marcelo, teria negociado sua renúncia, caso fosse eleito. A reportagem é do Fantástico.

Francisco Deusamor Jácome, condenado por tráfico internacional e ligado a Marcola, o líder do PCC, teria oferecido R$ 500 mil para que Marcelo deixasse o cargo para a então candidata a vice na chapa, Damária Jácome, irmã de Deusamor.

"A gente fazendo um acordo desse com você aí, é uma coisa que dá para você se remediar pro resto da vida. Você vai sair de boa. Porque '230' eu dei para você pagar as suas contas. E agora eu vou lhe dar mais R$ 500 mil. Pense por esse lado. É muito dinheiro", diz Deusamor em um áudio.

Marcelo foi assassinado a tiros em agosto de 2024. O pai do prefeito, que estava com ele no momento do crime, também foi baleado e morreu. Nove suspeitos foram presos e quatro estão foragidos, inclusive Damária.

A chapa do Progressistas saiu vitoriosa naquele ano. E seis meses depois da posse, Marcelo renunciou ao cargo, deixando a prefeitura nas mãos de Damária.

Em seu discurso de posse, ela agradeceu aos irmãos. "Dedico esse dia aos meus sete irmãos, Francisco, Maria José, Samuel, Leidiane, Romeu e, de uma maneira mais especial ainda, aos meus dois irmãos Deusamor e Leidjan", declarou.

Segundo a polícia, mesmo antes da renúncia de Marcelo, os traficantes do PCC, Deusamor e Leidjan, seriam os verdadeiros gestores do município, como indica a transcrição de um discurso em que Damária afirma que os irmãos tinham idealizado os quatro anos da administração.

No entanto, a gestão de Damária não durou muito. Em 2022, ela perdeu o cargo depois que uma decisão da Justiça revogou a renúncia e reconduziu Marcelo ao comando da prefeitura. "Marcelo dizia que ele era ameaçado pelos irmãos da Damária", afirma o delegado Alex Freire.

"Ele começa a fornecer diversas informações e a ajudar órgãos policiais com as investigações a respeito da família Jácome", complementa o delegado Carlos Fonseca.

O clima era tenso na cidade, especialmente quando começou a campanha e Marcelo concorria novamente à prefeitura, pelo União Brasil. E, desta vez, contra Damária, que estava no Republicanos.

De acordo com a investigação, Damária e a irmã, Leidiane, vereadora de João Dias, teriam mandado contratar homens para matar o prefeito. A execução aconteceu dias depois, quando Marcelo e o pai visitavam uma barbearia.

Nove suspeitos pelo crime foram presos e quatro estão foragidos, inclusive Damária.

Ao Fantástico, o advogado de defesa da família Jácome disse que não há provas da participação das irmãs Damária e Leidiane no crime, e que as duas deixaram João Dias porque foram ameaçadas de morte.

Não deixe de curtir nossa página Facebook e também Instagram para acompanhar  mais notícias do TMNews do Vale (Blog do professor TM)

 

AVISO: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do TMNews do Vale (Blog do professor TM) Qualquer reclamação ou reparação é de inteira responsabilidade do comentador. É vetada a postagem de conteúdos que violem a lei e/ ou direitos de terceiros. Comentários postados que não respeitem os critérios serão excluídos sem prévio aviso.

Faça um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem