(*) Teobaldo Pedro
A recente participação do presidente Lula no desfile do Dia da Vitória em Moscou, ladeado por notórios autocratas, expôs com clareza um grave descompasso ético e político que não pode ser ignorado. Internamente, Lula se apresenta como defensor ardoroso da democracia, apontando supostos “golpismos” e atacando opositores com veemência. Externamente, porém, opta por uma diplomacia de conveniência, alinhando-se a regimes autoritários que esmagam liberdades, perseguem opositores e cometem graves violações de direitos humanos. Essa atitude revela não apenas um duplo padrão, mas uma política externa de fácil alinhamento e oportunismo que desvaloriza os compromissos democráticos declarados.
Na geopolítica global, essa escolha implica um posicionamento elevadamente problemático. O Brasil, sob a liderança de Lula, sinaliza uma aproximação ambígua e até conivente com potências autoritárias como a Rússia e a Venezuela, o que não apenas fragiliza sua imagem, mas transmite uma mensagem negativa e preocupante ao mundo: a ideia de que princípios democráticos são negociáveis, flexíveis e subordinados a interesses estratégicos momentâneos. Essa postura dilui a credibilidade do país como ator independente e confiável, e alinha o Brasil com blocos que desafiam abertamente a ordem democrática internacional.
As críticas da imprensa internacional não deixam dúvidas. Publicações como The Guardian, The Washington Post e CNN Internacional destacam a contradição flagrante entre o discurso interno e a prática externa, questionando a capacidade do Brasil de manter uma postura equilibrada e ética em meio a conflitos globais. A presença de Lula ao lado de líderes como Putin e Maduro soa como uma condescendência inaceitável com regimes que a comunidade democrática rejeita, e reduz o Brasil à condição de mero coadjuvante em jogos geopolíticos que atentam contra a liberdade e a justiça.
Esse comportamento revela uma diplomacia de conveniência que sacrifica princípios por pragmatismo político, gerando uma mancha profunda na reputação internacional do país. Lula não apenas falha em representar o Brasil dignamente no cenário global, mas compromete a própria essência do compromisso democrático que professa defender. Ao sinalizar que os valores democráticos podem ser flexibilizados, o Brasil perde prestígio, autoridade moral e a capacidade de influenciar positivamente as dinâmicas internacionais. Essa incoerência não é um erro passageiro, mas um retrocesso grave que legitima críticas severas e levanta dúvidas sobre o verdadeiro compromisso do governo com a democracia no mundo.
Fontes: The Guardian (Reino Unido), The Washington Post (Estados Unidos) e CNN Internacional.
(*) É pastor evangélico há 30 anos e tem forte atuação na área social do Vale do São Francisco, desenvolvendo diversas ações nesse segmento há três décadas, tendo sido parceiro na criação de vários projetos de inclusão em Juazeiro e região. Ele tem formação em Teologia, Psicanálise Clínica, Educação Religiosa e Filosofia. Fez especialização em Radialismo, atuando por vários anos na área. É também professor e escritor. Em 2013, ganhou o título de Dr. Honoris Causa pela Genesis University. Colunista do TMNews do Vale (Blog do professor Taciano Medrado)
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