Janja é Primeira-dama e não co-presidente


Já passou pela sua cabeça levar a sua mulher para uma reunião na empresa em que você trabalha? E, caso você mesma seja mulher, dá para levar o maridão? Em qualquer um dos casos,mesmo que você cometesse a loucura de levá-la(o) jamais se poderia tomar a palavra sem ser solicitado(a), não é? Mas é exatamente assim que anda o Brasil. Janja jamais poderia ter ido à reunião com o marido e mesmo tendo se metido ali, deveria ficar de boca fechada.

Desde seu primeiro mandato, Lula não adquiriu a noção do que representa seu cargo de Presidente da República. Ele não mede as consequências do que fala, e depois fica irritado com as críticas que recebe. Janja vai no mesmo caminho. Ignora, ou finge não saber, que ela não foi eleita para nada, e não pode ficar dando palpites. Como primeira-dama, tem sim, que seguir os protocolos.

Protocolo e educação, apesar de não serem sinônimos, são primos em primeiro grau, até porque arrogância é antônimo de ambos. Explicar a Janja que está sendo uma visita mal-educada quando crítica um anfitrião talvez a faça entender o que é protocolo, palavra estranha a seu limitado vocabulário. Fala o que lhe vem na telha, em qualquer local, para qualquer pessoa. Sempre que o casal presidencial vai ao exterior, dá vexame e nos enche de vergonha. E o Itamaraty se cala.

Janja já disse que não há protocolo que lhe faça calar. Existe uma coisa chamada liturgia do cargo, e a Primeira-dama, goste ou não, não representa o Estado brasileiro, salvo no foro específico para tais discussões. Podemos classificar o episódio com o ditador chinês de, no mínimo, constrangedor, mas o pior é a arrogância de não admitir um erro, coisa normal neste governo, isso, sim, é preocupante.

Não há dúvida de que o PT, e seus ministros e assessores mais próximos de Lula, não gostam da intromissão dela nos temas governamentais, muito menos de seu privilégio de ser a interlocutora favorita do presidente.

Ela ainda não entendeu até hoje que quem a escolheu foi o Lula, não o povo brasileiro! E a escolheu para ser sua esposa! Só isso! Nenhuma representação do povo brasileiro. É muita pretensão dela se achar no direito de ser interlocutora do presidente, ainda mais em outro país!

Outras gafes notórias de Janja:

– ‘Fuck you, Elon Musk’: Em novembro, durante evento paralelo ao G20, no Rio, o sinal sonoro de um navio interrompeu fala de Janja sobre regulamentação das redes sociais e ela disse, em tom de piada que não tinha medo do dono do X. “Inclusive, fuck you, Elon Musk” disse ela.

– “Bestão’: No mesmo evento, Janja se referiu ao caso do homem que detonou explosivos diante do STF dias antes. Sem mencionar o nome de Francisco Wanderley Luiz, o Tiú França, ela disse que “o bestão acabou se matando com fogo de artifício”.

– Galeria de ex-presidentes: Ao visitar a galeria de ex-presidentes, no Planalto, Janja disse que vários não mereciam estar ali. “Pascoal Ranieri Mazzilli, vocês tinham ouvido falar desse presidente?”, questionou. Presidente da Câmara, Mazzilli assumiu interinamente após a deposição de João Goulart.

A situação chega ao limite da incompetência e do ridículo quando Janja reclama do TikTok junto a Xi Jinping e quando Lula piora a situação ao pedir ao “companheiro” para enviar ao Brasil um especialista de sua confiança para ajudar na regulação das redes. O único com a plena noção das coisas foi líder chinês: Simplesmente disse a Lula e Janja que o governo brasileiro tem os meios para regular ou mesmo para banir o TikTok.

Se Lula pediu a Xi Jinping ajuda para regulamentar as redes sociais. Logo vai pedir a Maduro orientações para melhorar a lisura no processo eleitoral. Ou então sugestões de Putin para resolver problemas de fronteira. Ou ainda conselhos de Netanyahu sobre como evitar o massacre de inocentes.

Fica ridículo um presidente que se diz democrático pedir ajuda a um ditador. Da forma como Lula reagiu, fica implícito que ele está no século XV, ficando incomodado com o aparte de sua companheira e tão logo o fato estar na mídia. Ele não se deu conta de que o mundo mudou. Com a chegada da internet, tudo o que acontece chega em tempo real. Mas, no Brasil, o governo esquerdista quer que a imprensa só dê notícias boas.

Lula, evidentemente, está procurando um culpado para o climão que Janja provocou a nível internacional. Ele deveria fazer uma autocrítica. Desde que chegou ao poder de novo, ficou bem claro que, apesar de ela não ter sido eleita para nada, Janja queria participar ativamente do governo. E assim ela fez! Faltou ao presidente colocar limites bem claros para a atuação de sua esposa, de especificar quando ela deveria falar e quando se calar. Não tomar essa providência só poderia acabar mesmo numa gafe monumental. Ela é a Primeira-dama e não co-presidente. Não vai aí nenhum viés machista, apenas é a constatação do papel de um Primeira-dama.

Lula deveria deixar vir à tona dois personagens famosos: o primeiro de Chico Anysio, o Nazareno, que dizia à sua mulher: “Calada!”; o outro, o personagem Caco Antíbios, de Miguel Falabella que “tinha horror a pobre” dizer à sua mulher: “Cala a boca, Magda!” quando ela falava besteira.

(*) Advogado, analista de TI e editor do site O Boletim

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