Fraude do INSS – O careca que não quer ser chamado de careca!

Foto TMNews do Vale

(*) Taciano Medrado

Ah, o Brasil! Terra onde até a calvície vira motivo de escândalo previdenciário. Eis que surge mais um capítulo digno de uma tragicomédia nacional: a saga do “careca que não quer ser chamado de careca”, ou, oficialmente, um empresário  o protagonista da mais nova fraude envolvendo a Previdência Social.

O sujeito ficou conhecido justamente pelo apelido que mais o incomoda: “careca do INSS”. Envolvido até o último fio inexistente de cabelo em um esquema criminoso para lesar os pobres dos aposentados, não se contentou em driblar o sistema; ele também quis censurar a imprensa. Sim, ele foi à Justiça para tentar barrar o uso do infame apelido que, sejamos francos, descreve exatamente o que ele é – literal e figurativamente.

Mas o vexame foi completo: a 6ª Vara Criminal de Brasília negou seu pedido, em decisão divulgada nesta quarta-feira, dia 21. Parece que nem a Justiça está disposta a passar pano (ou peruca) para tamanho despropósito.


O magistrado destacou, ainda, que a liberdade de imprensa precisa ser assegurada no caso, uma vez que o episódio envolve pessoas públicas e trata de interesse geral. “Ela [a liberdade de imprensa] é um pilar da democracia, permitindo que os cidadãos tomem decisões informadas e exercendo um controle sobre o poder público”, pontuou o juiz. Ou seja, nem a toga quis entrar na onda da censura capilar.

É claro que o caso seria cômico, se não fosse trágico. Enquanto trabalhadores legítimos penam anos em filas de perícia tentando provar invalidez por motivos reais, nosso “careca sensível” usava a calvície como atalho para um benefício indevido. Mais do que uma afronta à lógica, é uma tapa reluzente – e sem cabelo – na cara do cidadão honesto.

Agora, resta a pergunta que não quer calar (e nem crescer): o problema é a fraude ou o apelido? Pelo visto, na cabeça dele, o verdadeiro crime é ser chamado do que realmente é. E assim seguimos, na República onde a vergonha é escassa, mas o cinismo, esse sim, continua cheio e farto.

(*) Professor e analista político

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