(*) Taciano Medrado
Mais uma vez o Brasil se vê atolado em escândalos de corrupção — e, mais uma vez, os mais pobres pagam a conta.
O alvo da vez é o INSS, uma instituição essencial para milhões de brasileiros, especialmente os mais vulneráveis. Enquanto isso, em Brasília, os deputados parecem mais preocupados com outra pauta: aumentar o número de cadeiras no Congresso Nacional.
Você não leu errado. Enquanto aposentados esperam meses por um benefício que é direito seu, enquanto doentes enfrentam a burocracia com a saúde debilitada, nossos representantes estão ocupados discutindo... como criar mais cargos públicos para políticos.
O INSS, responsável por garantir aposentadorias, auxílios e pensões, virou território de fraudes. As investigações apontam para esquemas sujos, com servidores e atravessadores lucrando com a dor alheia. Em vez de enfrentar essa crise institucional com seriedade, nossos parlamentares preferem garantir que mais políticos tenham espaço — e, claro, verbas, assessores e regalias.
Isso não é apenas um erro de prioridade. É um tapa na cara de quem trabalha a vida toda e morre esperando o que lhe é de direito. O Congresso brasileiro já é um dos mais caros do mundo. São 513 deputados, 81 senadores, milhares de assessores e uma máquina pública que custa bilhões por ano. E, ainda assim, não funciona como deveria.
Aumentar o número de cadeiras no Congresso em plena crise de credibilidade e de serviços públicos é mais do que irresponsável. É vergonhoso. É a política olhando para o próprio umbigo enquanto o país pega fogo.
Aqui no TMNEWS DO VALE, acreditamos que a população não quer mais políticos — quer mais respeito. Quer transparência, agilidade nos serviços, punição para os corruptos e compromisso real com o bem público. O momento é de enxugar, fiscalizar, reconstruir. Não de inchar ainda mais a máquina.
Entenda o absurdo!
O texto tem relatoria de Damião Feliciano (União-PB), que propôs o aumento de 18 vagas na Casa, totalizando 531 deputados a partir das eleições de 2026.
Em um gesto de pura generosidade institucional, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto que aumenta o número de deputados federais. Porque, claro, o Brasil — com seus hospitais sucateados, escolas em ruínas e salários mínimos que mal cobrem o mínimo — estava realmente precisando de mais representantes para não fazerem nada.
A proposta, defendida com a eloquência de quem há muito tempo esqueceu o que é andar de transporte público ou esperar na fila do SUS, promete ampliar a “representatividade”. Afinal, com 513 deputados, mal dá pra ouvir todos os absurdos sendo ditos — imagina só com mais vozes ecoando sabedoria.
Segundo os defensores da medida, trata-se de uma “correção” baseada em critérios populacionais. Traduzindo do político para o português: mais cargos, mais verbas, mais assessores, mais cotas parlamentares e, claro, mais café gourmet nos gabinetes. Já o povo... bem, o povo continua na esperança de que um aumento no número de parlamentares signifique um aumento na chance de, um dia, alguém legislar em seu favor. Que otimismo admirável!
Os custos? Irrelevantes! Afinal, estamos falando de um país onde o orçamento é um conceito flexível, moldado ao sabor das vontades políticas. Faltou verba pra saúde? Paciência. Faltou deputado? Ah, isso não pode. O Brasil pode até estar afundando, mas pelo menos afundará com mais gente empurrando o barco pro fundo.
Que venham mais cadeiras, mais discursos vazios, mais homenagens a si mesmos. E quem sabe, um dia, um desses nobres parlamentares terá a brilhante ideia de aprovar um projeto que aumente o número de cidadãos com dignidade. Mas, sejamos realistas: isso não dá voto — e muito menos auxílio-mordomia.
Enquanto o Brasil sangra, o Congresso ajusta seu trono. Mas o povo está acordando — e já não aceita esse teatro mudo e disfarçado de democracia. Estamos de olho!
(*) Professor e analista político
Não
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