INSS- Previdência ( Foto: Divulgação)
O empresário Bruno Deitos, testemunha no caso das fraudes no INSS, afirmou que a Conafer (Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais do Brasil) adulterou documentos para desviar recursos de aposentados e pensionistas. O depoimento foi prestado à Polícia Civil do Distrito Federal em junho de 2021 e revelado em reportagem do Jornal Nacional.
Segundo Deitos – dono da Premier Recursos Humanos –, sua empresa foi contratada pela Target Pesquisas de Mercado — que prestava serviço à Conafer — para realizar uma atualização cadastral de associados em seis estados. Os funcionários da Premier deveriam visitar os beneficiários para colher assinaturas em formulários de exclusão nos descontos de mensalidade e associação, além de relatar ausência ou mudança de endereço.
No entanto, segundo Deitos, o dono da Target, Randel Machado de Faria, afirmou que o único objetivo era coletar assinaturas. Ele teria dito que contrataria uma empresa especializada em manipulação de PDFs para transformar os formulários de exclusão em contratos de adesão, permitindo os descontos automáticos nos benefícios do INSS.
Deitos também relatou que não recebeu o pagamento pelo serviço prestado e que, ao cobrar, foi ameaçado por Tiago Ferreira Lopes, irmão do presidente da Conafer, Carlos Roberto Ferreira Lopes. Tiago já havia sido condenado por improbidade administrativa, enriquecimento ilícito e dano ao erário.
Em seu depoimento, Deitos afirmou que Carlos Ferreira Lopes dizia ter “domínio sobre diretores do INSS” e sugeria que esse controle se dava por meio de repasses financeiros para obter dados de beneficiários e alterar registros no sistema.
O material foi encaminhado pela Polícia Civil à Polícia Federal ainda em 2021. A investigação faz parte do inquérito que levou à operação deflagrada em abril.
Entre 2019 e 2023, a Conafer foi a entidade que mais ampliou os descontos em benefícios previdenciários. Segundo a Controladoria-Geral da União, o valor saltou de R$ 400 mil por ano para R$ 57 milhões em 2020 e R$ 202 milhões em 2023.
Operação Sem Desconto
O caso ganhou novo fôlego com a deflagração da Operação Sem Desconto, em 23 de abril de 2025.
A fraude no INSS foi revelada pelo repórter Luiz Vassalo, cujas reportagens geraram investigações de auditores concursados da Controladoria-Geral da União e agentes da Polícia Federal.
A ação afastou seis servidores do INSS, incluindo o presidente do órgão, Alessandro Stefanutto, e teve como alvos 11 entidades, entre elas a Conafer.
A Conafer mantém, desde 2021, um convênio com o INSS que permite o desconto direto de mensalidades nos benefícios de aposentados e pensionistas.
O convênio permitia à entidade descontar valores sob a justificativa de prestação de serviços como assessoria jurídica e odontológica.
Fonte: O Antagonista
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