(*) Taciano Medrado
Parece piada de mal gosto. Mesmo com falhas recorrentes no abastecimento e esgotamento, autarquia reajusta valores em 10,18% e trata o absurdo como normalidade
No teatro tragicômico da gestão pública, o SAAE resolveu estrelar mais um ato digno de vaia: aumentou em 10,18% as tarifas de abastecimento de água e esgotamento sanitário.
Sim, você leu certo. A água não chega direito, o esgoto mal é tratado e jorra a céu aberto palas ruas e avenidas da cidade, cidadãos passam mais de 30 dias sem receber uma gota de água nas suas torneiras, como foi denunciado amplamente pelas blogs, mas a conta vem — e agora, mais salgada que nunca.
É quase como se o SAAE dissesse: “Estamos te cobrando mais para continuar te atendendo mal.” A população, que já coleciona episódios de torneiras secas, intermitência crônica no abastecimento e uma rede de esgoto que parece ter saído do século passado, agora precisa lidar com mais esse desrespeito — tudo isso embrulhado em papel timbrado e comunicado oficial.
E o mais curioso (ou revoltante) é o tom com que o reajuste é apresentado, como se fosse algo inevitável, técnico, matemático. Mas não: é político, é injusto, e é um retrato claro da inversão de prioridades. Em vez de buscar melhorar o serviço para justificar qualquer aumento, o SAAE parece seguir a lógica do “cobra primeiro, entrega depois... se der”.
Enquanto o cidadão se esforça para pagar a conta e manter a dignidade diante de um serviço precário, a autarquia brinca de gestão, sem prestar contas reais à população que sustenta essa estrutura.
No fim, a mensagem é clara: o SAAE não entrega água — entrega indignação. Veja cópia do Decreto abaixo:
(*) Professor e analista político
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