Em meio a tanta hipocrisia e falsidades, como não perder a crença no ser humano?

 


(*) Taciano Medrado

Não! esse texto não tem o objetivo de fazer apologia a quaisquer sentimento depressivo, mas sim, retratar a triste realidade do nosso cotidiano, enquanto seres racionais habitantes do planeta Terra, pelo contrário, amo viver e me sinto feliz, mas como toda pessoa tenho minhas decepções e angustias diante dos desafios que nos apresenta a cada dia.

Estamos vivenciando um momento religioso com a Pascoa e cabe uma reflexão.

Vivemos em uma era marcada por aparências e discursos vazios. Redes sociais transbordam sorrisos ensaiados, promessas políticas ecoam sem compromisso e relações pessoais, muitas vezes, se sustentam em conveniências frágeis. Em meio a tanta hipocrisia e falsidades, é legítimo se perguntar: como ainda acreditar no ser humano?

A verdade é que a decepção com a humanidade não é nova. Desde os grandes conflitos mundiais até os pequenos atos de traição do cotidiano, acumulamos motivos para duvidar da bondade genuína. A hipocrisia se tornou um mecanismo de sobrevivência social – diz-se o que convém, age-se conforme o que rende mais aprovação. Já a falsidade, muitas vezes, veste o disfarce da gentileza, tornando ainda mais difícil discernir o real do encenado.

Mas, paradoxalmente, é justamente em meio ao caos que os gestos mais autênticos ganham força. A solidariedade que surge em momentos de crise, a empatia que resiste em ambientes hostis, e os atos de bondade anônimos são sinais de que ainda há luz na escuridão. A crença no ser humano não precisa ser cega ou ingênua, mas pode ser crítica e seletiva: acreditar na capacidade de mudança, no potencial de evolução, mesmo sabendo das falhas.

Não se trata de negar a realidade, mas de escolher onde colocar o foco. Afinal, desistir completamente da humanidade é entregar-se ao cinismo e à paralisia. Manter a crença, por outro lado, é um ato de resistência – e talvez, o primeiro passo para transformar o mundo em um lugar mais coerente entre o que se diz e o que se faz.

Crescer em um mundo onde tudo parece fingimento não é fácil. A gente olha ao redor e vê políticos mentindo sem vergonha, amizades baseadas em interesse, gente pregando o bem nas redes sociais mas ignorando o outro na vida real. Parece que todo mundo veste uma máscara. E aí bate a dúvida: vale a pena acreditar nas pessoas?

Essa pergunta é mais comum do que parece — especialmente entre os jovens, que estão descobrindo o mundo, se frustrando com ele, e tentando entender o próprio lugar dentro disso tudo. E a verdade é dura: sim, tem muita falsidade por aí. Muita gente que fala bonito, mas age vazio. Muita hipocrisia travestida de boas intenções.

Mas se a gente só olhar para isso, corre o risco de se fechar, de endurecer por dentro. E isso é perigoso. Porque é justamente quem ainda sente, quem ainda se importa, que pode fazer diferente. A gente não precisa acreditar em todo mundo, mas também não pode deixar de acreditar em ninguém.

Tem gente que resiste. Que escolhe ser honesta mesmo quando ninguém está olhando. Que ajuda sem filmar. Que ouve de verdade. Que luta por um mundo menos tóxico, mais justo, mais humano. E, muitas vezes, essa gente está do nosso lado – nas escolas, nas praças, nos grupos de amigos.

Manter a esperança no ser humano não é ser ingênuo. É ser corajoso. É entender que o mundo precisa de gente que sente, que pensa, que questiona – e que age com verdade. E se você sente esse incômodo diante da falsidade, talvez já seja um sinal de que você não está se perdendo no meio dela.

No fim das contas, acreditar nas pessoas é também acreditar na possibilidade de mudança – inclusive em nós mesmos.

(*) Professor e Psicopedagogo

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