Juazeiro afundada na lama: enquanto o esgoto transborda, o prefeito investe em porto para barquinhas


(*) Taciano Medrado


Juazeiro, uma cidade historicamente rica e culturalmente vibrante, encontra-se hoje em uma situação deplorável. Ruas inundadas de esgoto, bueiros entupidos e um odor insuportável são a realidade cotidiana dos moradores, que sofrem com a negligência do poder público.

No entanto, a prioridade da gestão municipal parece estar distante dos problemas urgentes da população. Em vez de resolver a crise sanitária que assola a cidade, o prefeito decidiu investir na construção de um porto para barquinhas, ignorando o clamor popular por saneamento básico digno.

Basta andar pelas ruas para constatar o caos: córregos transformados em esgoto a céu aberto, praças que mais lembram latrinas públicas e bairros inteiros convivendo com a lama fétida que escorre das calçadas. Os moradores reclamam, denunciam, protestam, mas a resposta do governo municipal tem sido o descaso. Enquanto isso, os projetos milionários de infraestrutura, como a construção do porto, seguem a todo vapor.

A ironia desse investimento é cruel. O transporte fluvial é importante? Sem dúvidas. Mas de que adianta construir um porto se os cidadãos sequer conseguem transitar pelas ruas sem precisar desviar de poças de esgoto? De que adianta fomentar o turismo, se a cidade exala o cheiro do abandono e da incompetência administrativa?

O saneamento básico não é um luxo, é um direito. O problema de Juazeiro não é falta de recursos, mas sim a má gestão das prioridades. A prefeitura, que deveria garantir o mínimo de dignidade aos cidadãos, parece mais preocupada em erguer monumentos do que em solucionar os problemas que realmente impactam a vida da população. O resultado dessa irresponsabilidade é um município sufocado pelo descaso, onde a lama, literal e figurativamente, toma conta do cenário urbano.

Juazeiro precisa de um governo que compreenda a diferença entre necessidade e vaidade. Antes de pensar em portos e grandes obras, é essencial garantir que os moradores tenham qualidade de vida, saneamento e saúde pública eficiente. Porque, no fim das contas, de nada adianta uma bela orla se a cidade continua afundando na imundície e no fedor.

(*) Professor e analista político

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