A taxa Selic, principal instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central para controlar a inflação, tem impactos significativos sobre a economia brasileira. Quando fixada em patamares elevados, como 13,25%, seus efeitos se espalham por diversos setores, afetando desde o consumo e o investimento até o endividamento público e a geração de empregos.
Um dos principais efeitos de uma Selic elevada é o encarecimento do crédito. Com juros mais altos, consumidores e empresas encontram maior dificuldade para acessar financiamentos, reduzindo o consumo e a expansão dos negócios. Esse cenário desestimula a atividade econômica, podendo levar a uma desaceleração do crescimento e até mesmo a um aumento do desemprego.
Além disso, o impacto nos investimentos produtivos é expressivo. Empresas que poderiam ampliar suas operações ou modernizar seus equipamentos optam por adiar ou cancelar projetos devido ao alto custo do capital. Com menos investimentos, a geração de empregos e a inovação tecnológica são comprometidas, dificultando a competitividade do país no cenário global.
Outro efeito importante se dá nas contas públicas. Com uma taxa Selic elevada, o governo precisa pagar mais juros sobre a dívida pública, comprometendo uma fatia maior do orçamento com o serviço da dívida. Isso reduz a capacidade de investimento em áreas essenciais, como infraestrutura, saúde e educação, prejudicando o desenvolvimento do país a longo prazo.
O remédio amargo contra a Inflação
Por outro lado, uma Selic alta pode ajudar a conter a inflação, reduzindo a demanda e estabilizando os preços. No entanto, esse efeito precisa ser ponderado com os prejuízos ao crescimento econômico. Manter a taxa de juros elevada por longos períodos pode gerar um círculo vicioso de baixo crescimento, queda na arrecadação e aumento do endividamento público, tornando a economia ainda mais vulnerável.
Diante desse cenário, é essencial que a política monetária seja conduzida de forma equilibrada, buscando não apenas o controle inflacionário, mas também a preservação do crescimento econômico e da geração de empregos. A adoção de políticas complementares, como estímulos à produtividade e reformas estruturais, pode ajudar a minimizar os impactos negativos de uma Selic elevada e garantir um desenvolvimento sustentável para o Brasil.
Brasil tem 2º maior juro real do mundo após alta da Selic; veja ranking
Segundo a CNN, o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking dos maiores juros reais, após decisão do Banco Central (BC) em elevar a taxa Selic em 1 ponto, para 13,25%, segundo relatório do MoneYou.
O atual patamar de juros reais é de 9,18% com alta de 1 ponto percentual, atrás apenas da Argentina, com 9,36%. Já a Rússia passa para terceira posição com juros reais de 8,91%.
Juros reais são a conta considerando a taxa de juros descontada da inflação, e, mais do que a taxa bruta, é o número que de fato afeta a economia.
O cálculo considera tanto a inflação quanto os juros futuros, estimados pelo mercado para 12 meses à frente, já que é a tendência futura dessas duas variáveis o que realmente influencia tanto o andamento da economia quanto as decisões BC para a Selic.
Para a taxa brasileira, a metodologia usou a inflação projetada para os próximos 12 meses pelo mercado e coletada pelo Boletim Focus, que é de 5,5%.Também foi considerada a taxa de juros DI a mercado dos aproximados dos próximos 12 meses no vencimento mais líquido, em janeiro de 2026.
(*) Professor, Engenheiro agrônomo, Bacharel em Administração de Empresas, matemático e psicopedagogo
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