O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encerrou o segundo ano de seu mandato com um recorde de 28 vetos derrubados pelo Congresso, refletindo dificuldades em consolidar apoio parlamentar. Para melhorar a relação com os legisladores, o governo planeja uma reforma ministerial. O levantamento, baseado em dados do Congresso desde 1994, indica que o número de vetos pode aumentar, especialmente após decisões que geraram reações negativas, como os vetos à proposta de flexibilização das dívidas estaduais.
Governadores, insatisfeitos com as novas condições de renegociação, já se mobilizam para reverter os vetos, destacando a necessidade de uma sessão do Congresso em março. As eleições para novos presidentes das duas Casas em fevereiro, com Davi Alcolumbre (União-AP) e Hugo Motta (Republicanos-PB) como favoritos, podem influenciar essa dinâmica. Nos últimos dois anos, Lula enfrentou derrotas significativas, incluindo a derrubada de vetos relacionados a terras indígenas e regras sobre agrotóxicos.
Historicamente, a relação entre o Executivo e o Legislativo se tornou mais conturbada desde a gestão de Jair Bolsonaro, que também enfrentou um número elevado de vetos derrubados. Antes disso, presidentes como Fernando Henrique Cardoso e Dilma Rousseff não sofreram derrotas semelhantes em seus primeiros mandatos. A atual situação de Lula contrasta com seus mandatos anteriores, onde não houve vetos cancelados nos primeiros dois anos.
Além dos vetos relacionados às dívidas estaduais, o governo também barrará pontos controversos em leis que regulamentam o uso de energias renováveis e a equiparação de diabetes tipo 1 a uma deficiência. Congressistas, incluindo o senador Alessandro Vieira (MDB-SE), já se mobilizam para contestar essas decisões, que têm gerado forte repercussão nas redes sociais e entre grupos de defesa dos direitos dos diabéticos. A expectativa é que a mudança nas lideranças do Congresso possa facilitar o diálogo e reduzir as tensões entre o governo e os parlamentares.
Fonte: Portal tela
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