Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores do Brasil • Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O objetivo é evitar a repetição do episódio relatado pelos brasileiros expulsos na última semana sem agravar a situação.
O encarregado de negócios da embaixada e consulados dos Estados Unidos, Gabriel Escobar, foi chamado pela secretária de Assuntos Consulares do Itamaraty, embaixadora Márcia Loureiro, para discutir o incidente.
A reunião aconteceu na tarde desta segunda-feira (27).A avaliação interna do governo brasileiro é de que a reunião marcou início de um diálogo, com foco em evitar a repetição de situações ocorridas neste voo – o primeiro com deportados brasileiros desde a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos.
A intenção é tratar a questão de forma objetiva, sem escalar o caso, como aconteceu com a Colômbia, que decidiu não receber voos com deportados e acabou sofrendo uma dura retaliação do governo Trump.
Brasileiros que estavam no voo relataram terem sofrido agressões físicas e sofrido com supostas falhas técnicas da aeronave, inclusive no ar-condicionado.
Outro ponto questionado pelo governo é o fato de os deportados ainda estarem algemados mesmo estando em solo brasileiro.Em nota oficial, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) disse que “o uso indiscriminado de algemas e correntes viola os termos de acordo com os EUA, que prevê o tratamento digno, respeitoso e humano dos repatriados”.
“As autoridades brasileiras não autorizaram o seguimento do voo fretado para Belo Horizonte [MG] na noite de sexta-feira [24], em função do uso das algemas e correntes, do mau estado da aeronave, com sistema de ar-condicionado em pane, entre outros problemas, e da revolta dos 88 nacionais a bordo pelo tratamento indigno recebido. O grupo pernoitou em Manaus e embarcou na tarde de ontem em voo da Força Aérea Brasileira até a capital mineira. O governo brasileiro considera inaceitável que as condições acordadas com o governo norte-americano não sejam respeitadas”, consta em outro trecho da nota.
Ainda no final de semana, o MRE também havia dito que pediria esclarecimentos ao governo norte-americano e seguiria “atento às mudanças nas políticas migratórias naquele país, de modo a garantir a proteção, segurança e dignidade dos brasileiros ali residentes”.
CNN Brasil
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