A bajulação e o puxa-saquismo na política enoja e embrulha o estômago

 


(*) Taciano Medrado


Novos prefeitos tomaram posse no dia 01 de janeiro de 2025, para um mandato de quatro anos,  e de cara já começaram  a enfrentar sérios desafios, como situação financeira crítica dos munícipios, problemas em setores como:  infraestrutura , saúde educação, etc.

Se não bastasse todos esse "pepinos",   os novos gestores, muitos deles,  sem nenhuma experiencia em gestão publica tem  que lidar com os bajuladores de plantão.

Em um evento que assisti,  em uma cidade, de um Estado, de um certo pais,  onde um certo prefeito foi convidado para participar,  ao chegar á sala de eventos,  o  dito prefeito seguia  na linha de frente,  e na retaguarda lhe seguiam, no mínimo uns 10 puxa-sacos bajuladores. Confesso que nem Donald Trump, ou Putin teriam mais. 

É incrível e vergonhoso,  e até que ponto chega o ser humano na busca por "carguinho politico". Me causa nojo e embrulha o estômago.

Se há algo capaz de tirar o brilho do idealismo político e fazer o cidadão comum perder a fé nas instituições, é a bajulação desenfreada e o puxa-saquismo descarado que infestam os bastidores do poder. Essa prática vergonhosa transforma o espaço público, que deveria ser um palco para a defesa de ideias, num mercado de troca de favores movido por interesses mesquinhos.

A política deveria ser o espaço nobre do debate de ideias, da busca por soluções coletivas e do confronto respeitoso de visões divergentes. Mas, em vez disso, muitas vezes, o que presenciamos é um desfile de egos inflados, alimentados por aqueles que só veem na política uma oportunidade de ganhar vantagem pessoal. Bajuladores não constroem nada. São parasitas que vivem à sombra dos poderosos, oferecendo sorrisos falsos e aplausos ensaiados, enquanto sugam recursos e oportunidades que deveriam servir à população.

O mais grave é que essa dinâmica não é inofensiva. Quando a bajulação prevalece, a competência é deixada de lado. Pessoas que poderiam contribuir com soluções reais para problemas complexos são substituídas por "amigos do rei", cujo único mérito é saber agradar o chefe. Isso perpetua o círculo vicioso da mediocridade, onde a meritocracia é sufocada pela politicagem barata.

Além disso, o puxa-saquismo na política corrói a relação de confiança entre representantes e representados. Como confiar em um líder que se cerca de aduladores, que preferem dizer o que ele quer ouvir em vez do que ele precisa saber? Essa cultura alimenta a desconexão entre quem governa e quem é governado, pois decisões são tomadas não com base em fatos ou necessidades, mas para agradar interesses particulares ou egos inflados.

O mais repugnante é que, em muitos casos, tanto o bajulador quanto o bajulado sabem exatamente o que estão fazendo. É um jogo de conveniência, onde ambos lucram às custas da população. Enquanto o bajulador garante seu espaço, seja um cargo, um contrato ou até mesmo um elogio público, o bajulado se vê rodeado por uma bolha de ilusões, achando que é intocável.

Para quem assiste de fora, a cena é nauseante. O cidadão comum, que batalha para pagar contas, garantir a educação dos filhos e sobreviver em um país de desigualdades, se sente traído ao ver sua confiança ser vendida em troca de afagos e bajulações. Essa política de troca barata embrulha o estômago porque simboliza tudo o que há de errado no sistema: a inversão de valores, a ausência de ética e a falta de compromisso com o coletivo.

A verdadeira política não tem espaço para bajuladores. Ela exige coragem, autenticidade e, acima de tudo, compromisso com o bem comum. Se quisermos mudar o rumo da nossa sociedade, precisamos aprender a repudiar veementemente o puxa-saquismo. Que ele não seja mais um atalho para o sucesso, mas sim um caminho rápido para o desprezo público. A política, para voltar a ser respeitável, precisa de líderes que saibam ouvir críticas, de assessores que falem verdades e de eleitores que cobrem ética e coerência. Só assim poderemos afastar essa prática vergonhosa e construir um futuro digno para todos

Nota explicativa: * Puxa-saquismo: É um termo mais específico e coloquial, que se refere ao ato de elogiar alguém de forma servil e interesseira, com o objetivo claro de obter alguma vantagem. O puxa-saco geralmente exagera nos elogios e se comporta de forma submissa para agradar à pessoa.

(*) Professor Taciano Medrado

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