Nesta semana estou sendo bairrista e tratando do meu Rio de Janeiro. No entanto, é certo que o contexto serviria, no todo ou em parte, para qualquer capital brasileira.
O prefeito prometeu que o Rio, em seu próximo mandato, vai sofrer um choque de civilidade. Ora, por que Paes não adotou esse “choque de civilidade” em seu período atual de governo? Esta promessa demonstra bem como agem os políticos brasileiros. Nunca é com eles e nunca dentro do período de seus governos.
Nasci e vivo na cidade do Rio de Janeiro há 73 anos. Hoje, engrosso as fileiras cariocas que querem ir embora e não suportam mais viver aqui e com seus naturais, pois ela se tornou um caos e um reino de desobediência civil, urbana e de falta de educação. Infelizmente, minha mulher não aceita a ideia por causa dos filhos e netos.
Parece que o nosso prefeito acordou para o ponto fraco da sua gestão: a necessidade de fiscalizar efetivamente as ruas do Rio. Perdi a esperança de que o nosso Rio um dia passe a ser um lugar seguro, organizado e onde tudo funcione.
Você do Rio, que more na zona norte, me diga qual foi a última vez que viu um guarda municipal na rua? Eu respondo: vejo sempre, no Maracanã em dia de jogos, multando motoristas que estacionam seus carros à volta do Maracanã para dar sua caminhada ou corrida, fora isso nunca! Em sinal? Há muitos anos não vejo!
A maior visibilidade de guardas municipais nas ruas contribui para a melhoria da segurança. A cidade está abandonada, principalmente, a zona norte – o “além túnel” como dizem muitos moradores da zona sul.
Em São Paulo se vê o que eles chamam de “marronzinhos” por toda parte, multando motoristas que descumprem as leis e regras de trânsito. O paulista é melhor que o carioca? Claro que não! Mas a verdade é que só com fiscalização e punições severas as pessoas respeitam as leis.
Os abusos cometidos, diariamente, por motociclistas que não respeitam nada, sobem nas calçadas, andam na contramão, ultrapassam o sinal vermelho, ziguezagueiam entre os carros não o incomodavam até então? Ah sim, na avenida que liga a Lagoa Rodrigo de Freitas à Barra da Tijuca. instalaram uma pista exclusiva para motos a exemplo de São Paulo nos dois sentidos. Deu certo. O número de acidentes naquele trecho caiu a zero! Por que não expandir?
O número de motos subiu absurdamente no Rio depois que o prefeito autorizou o tal do “Uber moto”, mais barato do que o Uber tradicional, mas com um risco que só quem não tem medo de perder a vida pode assumir. De novo a comparação: em São Paulo este serviço é proibido. Ah, mas e os trabalhadores? São os mesmos que antes faziam mototáxi ou entregas. Eles voltariam a seus antigos trabalhos. Infelizmente precisamos de uma regime mais forte contra isso.
Esse serviço aumentou, consideravelmente, segundo a Delegada que me atendeu quando fui fazer meu BO de roubo de meu carro em um arrastão às 15h30 de 5a. feira retrasada, o número de assaltos em duplas de motos.
Não, não são só as motos que causam os problemas. Carros usando as faixas do BRT a toda hora; sinais de trânsito são desrespeitados; faixa de pedestres, idem; limites de velocidade são ignorados; estacionamentos irregulares por toda parte, etc… Só há multas por radar… e são muitos!
Caminhões e motoristas de aplicativos bloqueando faixas das principais vias e bicicleta – com o “salvo conduto” do pisca-alerta são exemplos de coisas que vemos ocorrer o tempo todo, sem que tenhamos por perto a presença da Guarda Municipal para coibir tanta bandalha.
Precisamos implantar a política de tolerância zero, aplicando pesadas multas a todos que infringirem normas de urbanidade, trânsito e civilidade, sem perdão.
O “Dudu” terá que fazer um pequeno milagre para mudar esse quadro e resgatar a civilidade em nossas ruas. Boa sorte para ele e pra nós.
O Rio virou a cidade onde tudo pode. E os culpados somos nós mesmos. Nunca vejo alguém mais reclamar quando um veículo avança o sinal sobre a faixa de pedestres, quando uma moto ou uma bicicleta invade as calçadas, avança o sinal, ou quando algum carro estaciona em vagas de deficientes ou idosos sem o cartão respectivo ou quando jovens usam os caixas prioritários nos supermercados…
Eu, como um amalucado cavaleiro combatendo Moinhos de Vento, sou visto como “aquele velho chato” que ergue a voz contra tudo isso. Corro o risco de ser surrado por alguma senhora indignada com meu comportamento!
Boa sorte para o meu Rio de Janeiro!!!
(*) Advogado, analista de TI e editor do site carioca "O Boletim".
Não
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