O Paradigma das prioridades no Brasil - Presídios estruturados x Escolas sucateadas

 

Quadra poliesportiva e piso sintético em presídio de Eunápolis na Bahia - foto captura de tela TV Bahia 

Nesse editorial de hoje venho abordar um tema que provoca desconforto e reflexão: a inversão de valores no Brasil, onde presídios muitas vezes são mais bem equipados do que as escolas. 

Não bastasse presos terem direito a auxílio reclusão,  cujo valor é maior do que salário pago a um professor, três refeições ao dia, com direito a reclamarem da qualidade da comida,  que é muito melhor do que qualquer merenda escolar ofertada pelas escolas municipais e estaduais, ainda contam com regalias, como quadras poliesportivas, TV´s, lazer, encontro s íntimos,  etc...

Nesta breve artigo quero  percorrer os caminhos que levaram a esta situação e discutir as implicações sociais e educacionais dessa triste realidade.

Para começar, é importante ressaltar que o Brasil possui uma das maiores populações carcerárias do mundo. Segundo dados do Departamento Penitenciário Nacional, mais de 800 mil pessoas estão presas. Este número cresceu de forma alarmante nas últimas décadas, refletindo não apenas uma falha no sistema de justiça, mas também uma ausência de políticas de prevenção e de educação adequadas. 

O que se observa nesse contexto é que, para muitos, o sistema penitenciário é visto como um local de “reinserção” social, mas o que temos visto, na prática, é uma mera privação da liberdade.

Uma das evidências dessa inversão de valores é a infraestrutura dos presídios. Em diversas unidades prisionais, encontramos quadras poliesportivas, salas de TV e até mesmo espaços destinados à prática de atividades culturais e artísticas. Essas benesses, que deveriam ser reservadas para o ambiente escolar, são direcionadas a indivíduos que, sabemos, cometeram crimes e que em muitos casos foram responsáveis pela desestruturação de vidas e famílias. 

Enquanto isso, nossas escolas, em muitos lugares, faltam recursos básicos como materiais didáticos, condições adequadas de infraestrutura e, acima de tudo, profissionais valorizados e bem remunerados.

Essa discrepância nos leva a perguntas cruciais:

Que valores estamos transmitindo à sociedade? O que priorizamos? 

A mensagem que é passada para os jovens, quando vemos presídios equipados, é clara: o crime pode levar a uma vida mais confortável do que a educação. Divergente do que se espera, a educação, que deveria ser o alicerce do nosso futuro e a chave para o desenvolvimento pessoal e social, é frequentemente relegada ao segundo plano.

Outro ponto que não pode ser ignorado é o impacto disso tudo na economia e no desenvolvimento social. Investir em presídios significa alocar recursos financeiros que poderiam ser utilizados na educação, na saúde e na infraestrutura pública. 

A curto prazo, parece mais fácil investir na punição, mas a longo prazo, o resultado é uma sociedade cada vez mais desigual e precarizada. O verdadeiro desenvolvimento de um país é medido, entre outros fatores, pela qualidade da educação oferecida à sua população.

Além disso, essa inversão de valores perpetua um ciclo vicioso. Jovens que não têm acesso a uma educação de qualidade estão mais propensos a se envolver em atividades ilícitas. Quando o crime se torna uma alternativa viável para muitos, não é surpreendente que o número de presos continue a aumentar. 

O que isso significa para o futuro do nosso país?

Sem um investimento sólido na educação, sem um comprometimento claro com o futuro das novas gerações, estaremos apenas alimentando um sistema que se retroalimenta da violência e do descaso.

Como mudar isso? 

Para reverter essa situação, precisamos de um engajamento coletivo. A sociedade civil, as instituições e o governo precisam unir esforços para priorizar a educação e enxergar nela não apenas um custo, mas um investimento. Precisamos exigir políticas públicas que priorizem a formação dos nossos jovens, que ofereçam oportunidades reais e que demonstrem que o caminho da educação é mais promissor do que o do crime.

Para encerrar, a inversão de valores que observamos no Brasil, onde presídios são mais equipados do que escolas, é um reflexo de uma sociedade que ainda luta para entender suas prioridades. 

A educação deve ser nossa maior prioridade e, para isso, precisamos trabalhar juntos, discutir ideias e implementar mudanças significativas. Somente assim poderemos construir um futuro onde as quadras poliesportivas e os espaços de lazer sejam encontrados nas escolas, e não nas prisões. 

O futuro do Brasil depende de nossas escolhas de hoje. Pensem nisso! 

Professor e Psicopedagogo


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