Temos por hábito chamar todo mundo de "amigo", porém é preciso muito cuidado para não se decepcionar. Nesse artigo de hoje eu trago um tema muito importante e controverso: Coleguismo não é amizade".
Em todos os ambientes em que exista convivência humana, na escola, no clube, das peladas de futebol de finais de semana, na academia e nos ambientes de trabalho, é comum ouvirmos a frase "somos todos colegas". Essa expressão, que pode parecer inofensiva à primeira vista, carrega consigo uma complexidade que merece atenção.
O conceito de "coleguismo" e sua distinção em relação à amizade são fundamentais para a compreensão das dinâmicas sociais que permeiam qualquer organização.
Coleguismo, em sua essência, refere-se à relação entre pessoas que compartilham um mesmo espaço mas que, por muitas vezes, não vão além do superficial. Esses laços são baseados em conveniências, protocolos e obrigações funcionais. A interação é rotineira, pautada em atividades comuns, mas frequentemente carece de profundidade emocional e vínculos genuínos.
Os colegas podem trocar ideias, colaboram em projetos e até mesmo riem juntos durante os encontros, mas, no fundo, a conexão permanece limitada. Este tipo de relacionamento é, muitas vezes, marcado por uma distância emocional que impede o surgimento de laços mais significativos.
Por outro lado, a amizade é uma construção complexa, que exige tempo, confiança e vulnerabilidade. Amizades são formadas quando existe uma troca autêntica de experiências, sentimentos e, principalmente, quando há suporte mútuo.
Amigos se preocupam uns com os outros, partilham alegrias e tristezas e estão presentes nos momentos cruciais da vida. A amizade vai além da superfície; é uma conexão que se alimenta do entendimento e da aceitação mútua, permitindo que se revele o verdadeiro eu.
É crucial compreender essa distinção.
Enquanto o coleguismo pode ser suficiente numa relação carregada de empatia, ele é insuficiente para fomentar um ambiente de inovação e criatividade.
Quando as relações são meramente funcionais, por exemplo, há um risco considerável de desmotivação e desengajamento. Por outro lado, uma cultura organizacional que promove e valoriza a amizade entre os colaboradores tende a ser mais saudável e produtiva. Ambientes onde as pessoas se sentem valorizadas e conectadas tendem a ser mais inovadores, resilientes e, consequentemente, bem-sucedidos.
Outro ponto importante a ser discutido é a questão do suporte em momentos de crise. Colegas podem oferecer ajuda temporária e apoio prático, mas amigos são aqueles que realmente se importam. Em situações difíceis, como a pressão por resultados, um amigo estará ao seu lado, oferecendo não apenas auxílio nas tarefas, mas também suporte emocional e entendimento. como conforme um fragmento da letra do Rei Roberto Carlos "...amigo é aquele que diz as verdades com frases abertas", "é o mais certo das horas incertas" ...
Finalmente, é importante refletir sobre como podemos cultivar amizades. Isso não significa forçar relações ou criar expectativas irreais, mas, sim, abrir-se ao diálogo, à empatia e à compreensão. É essencial estar disposto a investir tempo e energia para conhecer melhor nossos colegas, a fim de que esses laços se transformem em verdadeiras amizades.
A distinção entre esses dois tipos de relacionamentos é fundamental para o nosso bem-estar. Ao reconhecer essa diferença, teremos a oportunidade de construir não apenas uma rede de colegas, mas um ambiente onde a amizade pode florescer, beneficiando a todos.
E por fim, o coleguismo não é, de forma alguma, sinônimo de amizade. Pense nisso!
(*) Professor e Psicopedagogo
Não
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