Figuras esféricas em meio à vegetação "pobre" e desértica são amplamente conhecidas globalmente
A teoria mais aceita é a de que foram criados por um tipo de cupim de areia, o Psammotermes allocermes Foto: Stephan Getzin/Universidade de Göttinge
Apesar de os círculos surgirem em regiões isoladas, as figuras esféricas em meio à vegetação "pobre" e desértica são amplamente conhecidas globalmente, a ponto de uma equipe internacional se dedicar a sua investigação. Os integrantes do grupo são cientistas da Universidade de Göttingen, na Alemanha, e da Universidade Ben Gurion, em Israel.
Compreenda os círculos enigmáticos: conforme ilustrado nas fotos, a área próxima ao deserto é dominada por touceiras de grama quase secas, porém essa predominância é abruptamente interrompida pelos desenhos intrigantes. Nesses lugares, nenhuma gramínea é capaz de se desenvolver e se desenvolver por mais de um mês, funcionando como uma "zona de morte".
Para elucidar a origem dos círculos enigmáticos, a teoria mais aceita é a de que foram criados por um tipo de cupim de areia, o Psammotermes allocermes. No entanto, durante as expedições ao deserto da Namíbia, não foram encontradas provas de quem eram os verdadeiros responsáveis.
Assim, surgiu a teoria da auto-organização das plantas, também chamada de inteligência de enxame, implementada em ambientes adversos. Ao considerar o enigma sob essa perspectiva, os padrões circulares surgiram não como um objetivo artístico, mas para atrair recursos específicos (neste caso, a água) para as plantas mais antigas do local.
O mecanismo favoreceria as maiores touceiras de grama, que residem nas extremidades dos círculos. Em essência, trata-se de uma tática de coleta de água pluvial, que "desmotiva" as gerações mais novas. O artigo publicado na revista Perspectives in Plant Ecology, Evolution and Systematics (PPEES) defende essa ideia.
Estudo no deserto da Namíbia
Para chegar a essas conclusões, o grupo internacional estudou 500 gramíneas em quatro regiões da Namíbia onde foram identificados os enigmáticos círculos. A umidade do solo durante os períodos de chuvas foi acompanhada durante um ano, de 2023 a 2024.
De acordo com os autores, as áreas dos círculos funcionam como uma "zona de morte", pois as gramíneas que brotam morrem entre 10 a 20 dias após as precipitações. A morte ocorre devido à escassez do recurso mais valioso na área, a água, que acaba rapidamente na superfície. Dentro dos círculos, a água evapora mais rapidamente do que nas áreas adjacentes.
Por outro lado, as camadas mais profundas do solo (entre 20 e 30 cm de profundidade) mantêm-se mais úmidas, assegurando a sobrevivência das comunidades vizinhas, que são as únicas a terem acesso a essa fonte de recursos.
Os autores explicaram em nota que: "não significa que a auto-organização das plantas seja necessariamente o único fator responsável pela dessecação [estado de extrema secura] da grama [nova]".
De fato, elementos extras, como micróbios fitopatogênicos (parasitas que infectam as plantas), também podem auxiliar na criação dos enigmáticos círculos no deserto. Portanto, ainda são necessários mais estudos para decifrar o enigma do deserto.
Fonte: Redação Byte
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