(*) Taciano Gustavo Medrado sobrinho
O Brasil, com seu vasto território e potencial agrícola, enfrenta um desafio persistente: os altos custos de produção no setor. Diversos fatores contribuem para esse cenário complexo, que impacta diretamente a competitividade dos produtores brasileiros e a segurança alimentar do país.
Custos dos insumos
Fertilizantes: A dependência de importações e a volatilidade do mercado internacional elevam significativamente os custos.
Agrotóxicos: A alta demanda e a concentração do mercado impulsionam os preços.
Combustíveis: O aumento do preço do diesel, fundamental para o transporte e a mecanização, pressiona as contas dos produtores.
Infraestrutura
Logística: A deficiência na infraestrutura de transportes, como rodovias e ferrovias, eleva os custos de escoamento da produção.
Irrigação: A falta de investimentos em sistemas de irrigação limita a produção em períodos de seca e aumenta a dependência das condições climáticas.
Financiamento
Juros altos: As taxas de juros elevadas no Brasil encarecem o crédito para os produtores, dificultando a aquisição de insumos e investimentos.
Condições de pagamento: As exigências das instituições financeiras podem limitar o acesso ao crédito e aumentar os riscos para os agricultores.
Carga tributária
Impostos: A complexidade do sistema tributário brasileiro e a alta carga tributária incidem sobre todos os elos da cadeia produtiva.
Burocracia: A burocracia excessiva aumenta os custos operacionais e reduz a competitividade.
Desvalorização cambial
Importações: A desvalorização do real encarece as importações de insumos e equipamentos, impactando diretamente os custos de produção.
Dólar
A alta do dólar nos últimos dias gera um impacto ambíguo no agronegócio brasileiro. Segundo especialistas ouvidos pela EXAME, se por um lado o câmbio atual pode favorecer os exportadores, de outra ponta prejudica pequenos e médios produtores que dependem da importação de insumos, como fertilizantes e defensivos agrícolas.
Na última quarta-feira, a moeda americana bateu recorde histórico ao atingir R$ 6,27 e nesta quinta-feira, 19, renovou o recorde chegando a R$ 6,30 na negociação intraday.
Segundo Leandro Gilio, professor e pesquisador do Insper Agro Global, essa alta do dólar impacta significativamente nos custos de produção, já que grande parte dos insumos agrícolas no Brasil depende de importações. Essa elevação ocorre de forma rápida, especialmente no atual momento de plantio, quando as despesas são maiores do que a receita proveniente da colheita e venda. Além disso, muitos negócios já foram fechados em contratos futuros, limitando os benefícios imediatos da alta do dólar.
Questões climáticas:
Eventos extremos: Secas, enchentes e outras adversidades climáticas causam perdas na produção e exigem investimentos em tecnologias para mitigar os riscos.
Estrutura fundiária:
Concentração de terras: A concentração da terra nas mãos de poucos dificulta o acesso à terra para pequenos produtores e limita a produção familiar.
Possíveis soluções
Incentivos fiscais: Redução da carga tributária para o setor, especialmente para pequenos e médios produtores.
Investimentos em infraestrutura: Melhoria das rodovias, ferrovias e sistemas de irrigação para reduzir os custos de transporte e aumentar a produtividade.
Acesso ao crédito: Criação de linhas de crédito com juros mais baixos e condições mais flexíveis para os agricultores.
Pesquisa e desenvolvimento: Investimentos em pesquisa para o desenvolvimento de tecnologias mais eficientes e sustentáveis.
Política agrícola: Implementação de políticas públicas que promovam a agricultura familiar e a sustentabilidade.
A redução dos custos de produção no setor agrícola é um desafio complexo que exige a adoção de medidas coordenadas por parte do governo, do setor privado e da sociedade civil. Somente com políticas públicas eficazes e investimentos em longo prazo será possível garantir a competitividade do agronegócio brasileiro e a segurança alimentar da população.
Com informações complementares das Revista Exame e CNN Brasil
(*) Professor, engenheiro Agrônomo, Administrador , matemático e Psicopedagogo
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