Avenida das Nações - Bairro Castelo Branco - foto tirada as 12:45h do dia 30 de novembro de 2024 - crédito TM
(*) Taciano Medrado
Logo após os resultados das eleições, com a derrota da atual prefeita da cidade Suzana Ramos, a quantidade de reclamações feitas pela população de esgotos estourados e correndo a céu aberto cresceu absurdamente.
Segundo se comenta que esse quadro começou a surgir logo após as demissões em massa feitas pela prefeita no SAAE, o que reduziu drasticamente a oferta de mão de obra responsavel pela manutenção das galerias, PV,s e redes de esgotos.
Juazeiro da Bahia, terra de riquezas culturais, de solos férteis e de um povo batalhador, está sendo sufocada por um problema que parece não ter fim: os esgotos estourados e a céu aberto por diversas ruas dos bairros da cidade. O contraste entre a beleza natural do Rio São Francisco, que atravessa a cidade trazendo vida e sustento, e as ruas repletas de dejetos expostos é um retrato cruel do abandono e da falta de compromisso com a qualidade de vida da população.
O que deveria ser um símbolo de prosperidade se transforma, diariamente, em um alerta para a negligência com a saúde pública. O problema de saneamento básico não é um problema isolado ou recente. Ele reflete décadas de má gestões passadas, promessas vazias e um ciclo de descaso por parte das administrações municipais.
Enquanto prefeitos e vereadores enchem seus discursos com palavras de progresso, as crianças brincam ao lado de valas imundas, expostas a doenças como diarreia, dengue e leptospirose. As famílias enfrentam o cheiro insuportável, a proliferação de insetos e o estigma de viver em uma cidade onde o básico, que é o direito a um ambiente limpo e saudável, foi negado.
Os números falam por si: segundo dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), apenas uma pequena parcela da população de Juazeiro tem acesso a coleta e tratamento de esgoto. E, para piorar, obras de infraestrutura muitas vezes são iniciadas e abandonadas, deixando crateras que aumentam o problema.
Mas o descaso não é apenas político. A sociedade também precisa refletir sobre sua parcela de responsabilidade. Onde estão as mobilizações? Onde está o clamor popular para exigir mudanças efetivas? É como se a população tivesse sido anestesiada pela resignação, aceitando o caos como parte do cotidiano.
Juazeiro não merece ser conhecida como a cidade dos esgotos a céu aberto. Precisa, urgentemente, resgatar sua dignidade. Isso exige coragem política, investimentos sólidos em saneamento básico e educação ambiental, além da pressão contínua da sociedade civil. O descaso deve ser exposto, discutido e, acima de tudo, combatido.
A solução para Juazeiro não está no horizonte de uma promessa política distante, mas na ação imediata de todos os que têm poder e dever de transformar a realidade. Não se pode mais aceitar que a cidade continue sendo banhada por esgotos a céu aberto. Juazeiro merece ser banhada por águas limpas e pela esperança de dias melhores.
(*) Professor, Engenheiro, Bacharel em Administração, Matemático, Psicopedagogo, redator-chfe do portal de notícias TMNEws do Vale e cidadão juazeirense.
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