A expectativa é que o acordo entre em vigor às 4h da manhã desta quarta-feira (27), no horário local — 23h desta terça, no horário de Brasília —, segundo o presidente dos EUA, Joe Biden.
O acordo vinha sendo costurado havia semanas com a intermediação dos Estados Unidos e da França.
Em pronunciamento televisionado em tom de vitoria, Netanyahu disse que impôs um retrocesso de "décadas" no Hezbollah, que os habitantes do norte de Israel irão voltar para suas casas e que o país vai voltar a atacar caso o grupo extremista não cumpra sua parte no acordo.
Não foram divulgados detalhes do cessar-fogo acordado entre as duas partes.
A proposta em discussão previa a interrupção dos ataques por dois meses e a retirada das forças israelenses da fronteira sul do Líbano, segundo disseram à agência de notícias de Reuters diplomatas envolvidos na negociação. Por outro lado, o Líbano poderia retornar suas tropas para a fronteira, e o Hezbollah levaria suas armas para o norte do país.
Em uma nota conjunta, Jeo Biden e Emmanuel Macron disseram que o cessar-fogo "vai proporcionar as condições necessárias para o regresso à paz no país".
Na segunda-feira (25), o site de notícias norte-americano Axios afirmou que autoridades dos EUA que participam da negociação haviam chegado a um entendimento com as duas partes. O embaixador israelense nos Estados Unidos, Michael Herzog, também disse à imprensa local que o acordo poderia sair em breve, mas disse que ainda havia pontos a serem ajustados.
Nesta terça, antes do anúncio do acordo, o Conselho de Segurança israelense se reuniu para definir os pontos do cessar-fogo.
Ordens de evacuação em Beirute
Também nesta terça, as Forças Armadas de Israel emitiram pela primeira vez ordens de evacuação para partes do centro e da região oeste de Beirute, no Líbano.
O aviso foi expedido minutos antes do início de uma nova leva de ataques.
Enquanto subúrbios no sul da capital libanesa, como Dahiyeh, são considerados reduto Hezbollah, a região central de Beirute é conhecida por reunir uma população mais diversa, com a presença de cristãos e muçulmanos sunitas.
Na segunda-feira, um míssil israelense destruiu um prédio num subúrbio da capital libanesa. De acordo com o exército de Israel, o local seria usado pelo grupo extremista Hezbollah.
No sábado, ataques de Israel no Centro da cidade sem aviso prévio mataram pelo menos 15 pessoas. O Ministério da Saúde do Líbano disse que 63 pessoas ficaram feridas nos ataques de sábado, que foram o quarto no Centro de Beirute em menos de uma semana.
Israel tem realizado uma ofensiva no país contra o Hezbollah desde setembro. No domingo, o grupo lançou cerca de 250 foguetes contra Israel, que disse que a maioria foi interceptada.
Os ataques israelenses já mataram mais de 3.500 pessoas no Líbano, de acordo com o Ministério da Saúde do país. Os combates deslocaram cerca de 1,2 milhão de pessoas, ou um quarto da população do Líbano. Do lado israelense, cerca de 90 soldados e quase 50 civis foram mortos em bombardeios no norte de Israel e nos combates.
G1- Mundo
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