Estudante brasileiro, de hoje, e a dificuldade em elaborar um texto dissertativo-argumentativo



(*) Taciano Medrado

A redação do Enem é considerada um grande "bicho-papão" por muitos estudantes porque envolve uma série de exigências específicas e uma pressão emocional significativa. Para obter uma boa nota, o aluno precisa demonstrar habilidades complexas, como argumentação, domínio da norma culta da língua portuguesa e capacidade de organizar ideias de forma coesa e coerente. Além disso, o tema da redação é sempre uma surpresa, o que aumenta a ansiedade e o medo de não estar preparado.

Outro fator que contribui para o nervosismo é a exigência da estrutura dissertativa-argumentativa, que nem todos dominam com segurança. Muitos estudantes sentem que não têm a prática ou o conhecimento necessários para desenvolver um texto que apresente um ponto de vista crítico, respeitando as competências avaliadas pela banca, como clareza na exposição de ideias e respeito aos direitos humanos.

A pressão por uma boa nota, que pode ser decisiva para ingressar em universidades, também é um elemento que pesa bastante. Muitos alunos se sentem sobrecarregados ao saber que uma nota baixa na redação pode comprometer o sonho de conquistar uma vaga no curso desejado. Isso acaba intensificando o estresse, o que dificulta ainda mais o desempenho na hora da prova.

Além disso, a redação exige prática constante, leitura e atualização sobre temas sociais e culturais. Nem todos os estudantes têm uma rotina de estudos adequada para lidar com esses requisitos, o que acaba gerando insegurança e reforçando a ideia de que a redação é um verdadeiro desafio no Enem.

O dilema na hora de escrever

O estudante brasileiro enfrenta hoje uma grande dificuldade em escrever textos dissertativos-argumentativos, uma habilidade essencial para provas importantes, como o Enem. 

Essa dificuldade é resultado de vários fatores, entre eles, a falta de incentivo à leitura e à escrita argumentativa desde cedo. O sistema educacional muitas vezes foca em conteúdos teóricos, deixando em segundo plano o desenvolvimento do pensamento crítico e da capacidade de defender uma ideia com clareza e embasamento.

Além disso, a leitura, que é fundamental para se ter repertório cultural e entender diferentes visões de mundo, não é uma prática comum entre muitos jovens. Isso reflete na escrita, pois, para elaborar um bom texto argumentativo, é preciso ter uma base de conhecimento e estar atualizado sobre temas sociais e culturais. A falta de acesso a livros e conteúdos diversificados também contribui para essa situação, especialmente em regiões com menos recursos.

Outro ponto importante é a pressão que muitos estudantes sentem em relação à redação, especialmente nas vésperas de provas como o Enem. Essa ansiedade, somada à pouca prática e ao pouco estímulo que recebem, acaba criando um bloqueio, tornando o ato.

(*) Professor

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