Vivemos tempos em que a insegurança, seja física, emocional ou social, tornou-se parte cotidiana de nossas vidas. Ela não escolhe classe social, idade ou localização geográfica. Dos grandes centros urbanos às cidades pequenas, a sensação de vulnerabilidade é constante e multifacetada, refletindo problemas estruturais que ignoramos ou adiamos por tempo demais.
No campo da segurança pública, o aumento da violência expõe falhas históricas na gestão do Estado. A precariedade dos serviços de segurança, somada à desigualdade social e à impunidade, cria um ciclo vicioso onde cidadãos comuns se sentem reféns. O medo de sair à rua, de usar um celular em público ou até de estar em casa transforma a liberdade em um luxo restrito.
Mas a insegurança não se limita a crimes visíveis. Há também uma insegurança emocional e social, agravada pelas pressões do mundo contemporâneo. No ambiente de trabalho, a precarização das relações trabalhistas e a ameaça constante do desemprego geram ansiedade. Nas redes sociais, a exposição e o julgamento contínuo criam um ambiente hostil, onde a autoestima é frequentemente minada.
O Estado, por sua vez, tem priorizado respostas paliativas, como o aumento do policiamento ostensivo, em detrimento de políticas públicas que combatam as raízes do problema. Enquanto isso, a sociedade debate superficialmente o tema, polarizada entre discursos punitivistas e propostas utópicas, sem avançar para um consenso que aborde a insegurança como um todo.
A saída, ainda que complexa, começa pela revalorização da educação, da inclusão social e da promoção de espaços seguros para o diálogo e a convivência. Precisamos questionar um sistema que normaliza o medo e nos empurra para soluções individuais, como muros mais altos e câmeras de vigilância, enquanto as causas estruturais permanecem intocadas.
A insegurança nossa de cada dia é um sintoma de um tecido social esgarçado, que pede reparo urgente. Mais do que nunca, é preciso transformar indignação em ação coletiva, repensando nossa convivência e cobrando respostas efetivas de quem tem o dever de nos proteger. Afinal, viver com medo não pode ser a norma.
(*) Professor, Engenheiro, Administrador, matemático e Psicopedagogo e redator chefe o site TMNews do Vale.
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