(*)
Taciano Medrado
Terminada
as eleições municipais agora a conta vai chegar para os novos prefeitos e os velhos reeleitos que terão
a obrigação cumprir com as promessas feitas e atender os favores prometidos aos apoiadores durante as campanhas. E uma delas é oferendo “cargos
comissionados”, dentre esses destacam-se a do “Assessor Especial”,
Em
muitos municípios, os assessores especiais de prefeitos têm sido vistos por
alguns como meros figurantes, quem muitos chamam de “Aspones”, termo pejorativo
que é denominado para aqueles que exercem cargos apenas figurativos nas prefeituras,
desempenhando um papel inerte dentro da estrutura administrativa.
Essa
percepção, infelizmente, se enraíza na realidade de algumas gestões, onde os
cargos de assessoramento acabam sendo preenchidos por critérios políticos, em
vez de competência técnica, transformando o cargo em um adorno sem função
clara.
Verdadeiro papel de um
assessor especial
No
entanto, vale destacar que o assessor especial, quando devidamente qualificado
e atuante, pode ser uma peça-chave para o sucesso da administração municipal.
Esse profissional tem o potencial de auxiliar o prefeito em questões
estratégicas, na articulação política, no diálogo com a população e no
desenvolvimento de políticas públicas que realmente impactam o bem-estar da
cidade. A figura do assessor especial deveria, idealmente, ser um elo entre o
executivo e as demandas populares, garantindo que as políticas municipais
atendam às reais necessidades da população.
O
que vemos, porém, em muitas situações, são assessores que não exercem suas
funções com a proatividade esperada. A ausência de atribuições claras e a falta
de comprometimento transformam esses cargos em símbolos de inércia, onde se
perde a oportunidade de alavancar boas iniciativas para a cidade. Sem a
exigência de uma atuação assertiva, muitos assessores acabam passando
despercebidos, apenas cumprindo formalidades e ocupando uma posição que, em
tese, deveria ser estratégica.
Princípio da
competência
Prefeitos
que nomeiam assessores simplesmente para atender a promessas feitas durante a
campanha sem avaliar q qualificação profissional do nomeado pode está ferindo
gravemente o princípio constitucional da
competência.
Para
combater essa realidade, é imprescindível que a escolha dos assessores
especiais seja pautada pela competência técnica e pela capacidade de gestão. O
papel desses profissionais deve ser de apoio à liderança do prefeito,
participando ativamente na formulação de políticas, no acompanhamento de
programas e na construção de uma gestão mais eficiente e próxima das demandas
populares.
Por
fim, penso que é essencial que o cargo
de assessor especial deixe de ser visto como uma mera formalidade e passe a ser
entendido como um posto estratégico. Com uma atuação efetiva, esses
profissionais podem auxiliar no desenvolvimento de políticas públicas mais
eficazes e garantir que a administração municipal esteja sempre em sintonia com
as necessidades da população.
Recado final
Os
assessores especiais podem ser muito mais do que figurantes inertes. Tudo
depende da forma como são escolhidos e da responsabilidade que assumem em suas
funções. O que define o impacto desses profissionais não é o cargo que ocupam,
mas o valor que agregam à gestão pública.
(*)
Professor e analista político
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