O
Brasil alcançou esta semana o total de 184.363 focos de queimadas
espalhados por todo o país, registrados desde o início de 2024. Estados como
Mato Grosso, Pará, Amazonas, Tocantins, Mato Grosso do Sul e Maranhão
concentram grande parte desses focos, com uma soma de 127.028 registros. Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) e foram atualizados neste domingo (15).
A
situação leva as unidades da federação a tomarem medidas com o intuito de
reverter o quadro. No Mato Grosso, por exemplo, o Corpo de Bombeiros Militar
atuou, nesse sábado (14), no combate a 54 incêndios florestais. Mais de 1.000
militares atuaram nas ações, em regime de revezamento. Na Chapada dos
Guimarães, as equipes atuaram com apoio de um avião, já que um incêndio na
região do Mirante do Centro Geodésico da América do Sul atinge a área.
Prejuízos
em todo o Brasil
Dados
da Confederação Nacional de Municípios (CNM) revelam que, no mês de agosto, os prejuízos causados pelos incêndios florestais
corresponderam a 98% do total de prejuízos para todo o ano de 2024, com mais de
R$ 37,3 milhões dos R$ 38 milhões registrados pelos gestores municipais. No
entanto, boa parte dos municípios ainda estão registrando as informações dos
danos.
Outras
ações pelo País
No
Pantanal mato-grossense, os bombeiros agem na região da Reserva Particular do
Patrimônio Natural (RPPN) Sesc Pantanal, em Barão de Melgaço; na região do
Parque Estadual do Guirá, em Cáceres; e em Poconé. Para essa ação específica,
os militares contam com um avião, 17 viaturas, 11 máquinas e quatro barcos.
Além
dos governos estaduais, a esfera federal também tem atuado no combate às
queimadas. No Parque Nacional de Brasília, por exemplo, foi intensificada uma
linha de investigação que aponta origem criminosa em focos de incêndios. Nesse
domingo (15), quando o incêndio começou, houve revezamento de aeronaves no combate
ao fogo, enquanto brigadistas realizavam ações em solo. O trabalho de controle
do incêndio se manteve nesta segunda-feira (16). A Polícia Federal
anunciou a abertura de inquérito para investigar a origem do fogo.
O
tenente-coronel do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, Anderson Ventura,
lembra que, nesse período de estiagem, a vegetação está vulnerável às chamas.
Diante disso, ele recomenda que a população evite atear fogo em locais
favoráveis ao alastramento de queimadas. “Nesse período, se a população pudesse
não usar o fogo, seria o ideal. Essa é a recomendação. Não use o fogo para
nada. Eu sei que o fogo faz parte das atividades humanas, mas deixe para usar
em outros períodos, não nesse”, orienta.
Já
no Pará, o Grupamento Aéreo de Segurança Pública (Graesp) atua em missões de
combate às queimadas em terras indígenas e nas áreas de floresta do estado.
Desde o dia 12 de setembro, já foram feitos mais de 250 lançamentos de água em
terras indígenas, localizadas próximo à região de Marabá.
No
estado de Rondônia, as equipes atuam contra incêndios florestais que atingem o
Parque Estadual Guajará-Mirim e a Estação Ecológica Soldado da Borracha. A ação
faz parte da “Operação Temporã”, fase I e II, desenvolvida pelo governo do
estado.
De
acordo com o Boletim Diário, na fase II da operação, realizada na região entre
Porto Velho e Cujubim na quarta-feira (11), “foram identificados 17 focos de
calor, que passaram a ser monitorados.” O documento destaca que dois focos foram
extintos. “O trabalho não para e destacamos os esforços desses
profissionais, fundamentais no combate aos diferentes focos de incêndio”, disse
o governador do estado, Marcos Rocha.
Já
em São Paulo, onde o INPE aponta que, em 2024, 7.193 focos de queimadas foram
registrados, o governo do estado divulgou, no último dia 10 de setembro, novas
orientações em saúde e diretrizes. Entre as recomendações, está a de que as
pessoas evitem atividades físicas ao ar livre e aumentem a ingestão de
água.
A
Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) suspendeu, pelo menos por
enquanto, as autorizações de queima para a despalha de cana, queima
fitossanitária ou para manejo. As exceções são para a implantação de aceiros
que evitem a propagação do fogo e para casos de finalidade fitossanitária
solicitados diretamente pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento.
Fonte:
Brasil 61
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