Quatro policiais penais são presos denunciados por envolvimento em crimes de corrupção e organização criminosa na Bahia

 

Quatro policiais penais são presos denunciados por envolvimento em crimes de corrupção e organização criminosa na Bahia — Foto: Divulgação/MP-BA

Quatro policiais penais foram presos na manhã desta sexta-feira (20), denunciados por envolvimento em crimes de corrupção e organização criminosa, em Salvador. As investigações do Ministério Público da Bahia (MP-BA) apontaram que o quarteto recebia propina para não registrar a falta dos presos do regime semiaberto de Salvador que deviam voltar para dormir no presídio ou passar os finais de semana na unidade.


Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap), os alvos tiveram mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão cumpridos nos bairros de Engenho Velho de Brotas, Cabula, Alto da Terezinha e na sede do Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco), em Nazaré, onde o quarto denunciado se apresentou.


A reportagem da TV Bahia apurou que um dos policiais presos é Marco Aurélio Freire da Silva. As investigações duraram dois anos e os alvos foram denunciados após análises de quebra do sigilo telefônico e áudios.


Além das prisões, durante a operação "Falta Grave", do Ministério Público da Bahia, também foram cumpridos mais cinco mandados de busca e apreensão nos bairros de Santa Terezinha, Fazenda Grande do Retiro e Nova Brasília.


Foram apreendidos uma pistola, munições de diversos calibres, aparelhos celulares, notebooks, relógios e dispositivos eletrônicos.


"Nós detectamos alguns policiais penais que estavam se corrompendo, recebendo dinheiro de preso, para que não registrasse o não retorno desses presos ao final do dia ou nos finais de semana", explicou o promotor de Justiça Edmundo Reis.


Segundo o promotor, os policiais penais cobravam entre R$50 e R$ 100 para os presos.


"Foi detectado, inclusive, pelas câmeras de reconhecimento facial da Secretaria de Segurança Pública, internos que deveriam estar recolhidos e estavam na rua. Então ficou muito evidenciado que havia algo se investigar".


Os presos foram denunciados por extorsão, associação criminosa e corrupção, contra internos do sistema prisional. De acordo com o secretário da Seap, José Castro, a pasta também vai apurar o caso internamente.


“Já determinei a abertura de um Processo Administrativo Disciplinar junto com o Ministério Público, visando apurar individualmente a conduta de cada envolvido”, afirmou.


De acordo com o órgão, o principal objetivo das ações é reprimir os crimes de corrupção e associação criminosa com envolvimento de servidores da Seap.


Mais de 50 policiais penais da Superintendência de Gestão Prisional (SGP), por meio do Grupamento Especializado em Operações Prisionais (Geop) e do Gaeco com apoio da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco/Bahia) participam da operação.

 

G1 – Bahia


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