Foto ilustrativa
(*) Bruno César
Ignorância
digital e falta de informação pode ser principal fator.
Uma
pesquisa realizada pelo Datafolha em parceria com o Fórum Brasileiro de
Segurança Pública, divulgada em 13 de agosto de 2024, revelou um dado
alarmante: ocorrem aproximadamente 4.600 tentativas de golpes financeiros por
hora em todo o Brasil. Os levantamentos também indicam que cerca de 2.500
pessoas por hora compraram produtos pela internet que nunca foram entregues.
Além disso, 1.680 pessoas tiveram seus celulares furtados ou roubados, enquanto
1.979 foram vítimas de golpes envolvendo Pix ou boletos falsos.
No
entanto, a pesquisa destaca que apenas 30% das vítimas de golpes relacionados
ao Pix ou boletos falsos registraram um Boletim de Ocorrência. No caso de roubo
de celular, apesar de uma adesão um pouco maior, apenas 55% das vítimas fazem o
registro.
Os
golpes virtuais, especialmente por meio de aplicativos de mensagens e ligações
telefônicas, afetam principalmente pessoas com renda de 5 a 10 salários
mínimos, com ensino superior, residentes em cidades com mais de 500 mil
habitantes. Isso reflete a carência de informação e o desinteresse das pessoas
em se conscientizar sobre os perigos presentes na web, agravado pela falta de
educação digital, um ponto que já abordamos em outros artigos.
O
que chama atenção é a baixa adesão ao registro de Boletins de Ocorrência, o que
é um equívoco. Registrar a ocorrência é fundamental para criar uma “mancha
criminal” mais consistente, auxiliando o Estado a direcionar esforços no
combate a essas modalidades de crime. Um alto número de ocorrências pode levar
à formação de forças-tarefas dedicadas ao combate desses crimes. Em muitos
estados, é possível registrar essas ocorrências pela delegacia eletrônica, sem
a necessidade de se deslocar até uma delegacia física.
Para
evitar ser vítima desses golpes, algumas precauções são essenciais:
Ao
realizar compras online:
·
Verifique se é um estabelecimento conhecido;
·
Avalie a reputação nos órgãos de proteção ao consumidor e no Reclame Aqui;
·
Se houver redes sociais, cheque a quantidade de seguidores e comentários em
suas publicações, especialmente os negativos;
·
Prefira o pagamento com cartão de crédito, pois, em caso de problemas, há mais
tempo para solicitar o estorno da transação por desacordo comercial;
·
Desconfie de promoções absurdas e preços muito abaixo do praticado no mercado.
Para
proteger suas redes sociais:
·
Não aceite solicitações de amizade de pessoas desconhecidas;
·
Evite se expor demasiadamente, postando o mínimo de fotos pessoais com amigos e
familiares;
·
Evite compartilhar informações sobre locais frequentados e endereços;
·
Mantenha sempre a autenticação em dois fatores ativa.
No
WhatsApp:
·
Evite iniciar conversas por meio de links, especialmente de estabelecimentos
desconhecidos;
·
Mesmo que a foto seja de alguém conhecido, se o número for diferente, confirme
o contato pelo número que já possui na agenda;
·
Evite clicar em links recebidos por mensagens de contatos desconhecidos.
Manter-se
informado sobre fraudes e golpes no mercado ajuda a identificar padrões que
podem proteger você. Busque em suas mídias preferidas informações sobre fraudes
e golpes e faça pesquisas no Google para compreender melhor os cenários.
Estar
atualizado sobre tendências digitais e boas práticas para o uso de mídias e
dispositivos digitais é essencial. A vigilância constante é responsabilidade de
todos e fundamental para nossa segurança contra fraudes e golpes.
Se
você for vítima de um golpe, comunique imediatamente o ocorrido às autoridades
competentes. Em muitas cidades e estados do país, é possível reportar esse tipo
de crime rapidamente. Essa ação é crucial para que a polícia tome conhecimento
das ocorrências e possa agir no combate e na desarticulação das quadrilhas
envolvidas.
Se
cada um fizer sua parte, conseguiremos vencer os criminosos.
(*) Bruno César Teixeira de Oliveira, com uma carreira sólida na gestão de riscos, compliance e prevenção a fraudes em instituições financeiras. e colunista do site O boletim.
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