Israel afirmou ter matado outras 20 figuras da liderança do Hezbollah além de Hassan Nasrallah durante os ataques à sede do grupo em Beirute que na sexta-feira (27).
Ao mesmo tempo, as Forças de Defesa de Israel (IDF) confirmaram ter conduzido "uma operação aérea de grande escala" neste domingo (29/9) no Iêmen. Segundo os militares, o foco dos ataques foram "alvos militares" houthi.
Os bombardeios no Líbano também continuam neste domingo. Segundo a imprensa local, mais de 30 pessoas teriam sido mortas hoje, incluindo 17 membros de uma mesma família em Zboud, no nordeste do país
Já o ministério da Saúde do Líbano disse que 24 pessoas morreram – e 29 ficaram feridas – em um ataque em Ain al-Delb, perto da cidade de Sidon
Segundo a NNA, agência de notícias estatal do Líbano, mais de 36.000 sírios e 41.300 libaneses cruzaram a fronteira para o território sírio entre 23 de setembro e hoje diante da violência.
O número de deslocados que se registraram em abrigos no Líbano é de mais de 116 mil.
No Vale do Bekaa, a leste de Beirute, a correspondente da BBC Orla Guerin acompanha os atendimentos em um hospital que tem recebido muitas das vítimas dos ataques.
Um dos médicos do centro médico, Bassel Abdallah, afirma que recebeu cerca de 400 vítimas ou mais de ataques israelenses na semana passada — todos civis. Cerca de 100 deles morreram.
Noor, de 6 anos, é uma das vítimas que segue internada no hospital. Abdallah afirma que a condição de Noor é crítica. Seu crânio está fraturado e ela teve uma hemorragia cerebral
O pai de Noor, Abdallah Al Moussawi, contou à correspondente da BBC que sua filha e seu irmão gêmeo nasceram após 10 anos de tratamento de fertilização in vitro.
Ao lado do leito da filha, ele protestou contra a comunidade internacional e contra Israel. “Eu não sou o Hezbollah”, disse. “E minha filha é apenas uma criança que estava brincando.”
Membros do Hezbollah mortos
Além
de Hassan Nasrallah, as IDF afirmaram ter matado outras 20 figuras de destaque
do Hezbollah nos ataques de sexta em Beirute.
Segundo
Israel, entre as lideranças estariam membros de diversas patentes do grupo,
incluindo Ali Karaki, líder da frente sul do Hezbollah.
As
IDF também dizem ter matado Ibrahim Hussein Jazini, chefe da unidade de
segurança de Nasrallah, e Samir Tawfiq Dib, que Israel descreve como
"confidente e conselheiro de longa data de Nasrallah".
Segundo
os militares israelenses, a sede do Hezbollah ficava sob vários edifícios
civis.
O
Hezbollah confirmou, além de Hassan Nasrallah, a morte de outro de seus membros
seniores em ataques aéreos israelenses no sábado.
As
IDF já haviam comunicado que Nabil Qaouk - chefe do conselho de segurança preventiva
do grupo e um membro-chave de seu conselho central - teria sido morto por caças
israelenses.
Após
a confirmação da morte de Nasrallah, o primeiro-ministro israelense, Benjamin
Netanyahu, afirmou que o assassinato é um “ponto de inflexão histórico” em seu
conflito com o Hezbollah.
Netanyahu
chamou o líder do grupo xiita libanês de “assassino em massa” e disse que o seu
país “acertou contas” com os responsáveis pelas mortes de “incontáveis
israelenses” e estrangeiros.
Ataques
no Iêmen
As
Forças de Defesa de Israel (IDF) também afirmaram ter atacado infraestruturas e
portos no Iêmen que, segundo eles, estariam sendo usados para transportar
armas iranianas.
O
ataque foi uma resposta aos "ataques recentes" dos houthis contra
Israel, disse o Exército israelense.
Os
houthis reivindicaram o lançamento um míssil contra o centro de Israel na
sexta-feira. O projetil foi interceptado pelas forças israelenses.
A
escala e os danos causados pelos bombardeios de hoje no Iêmen ainda não puderam
ser verificados pela BBC, mas segundo as IDF a operação de grande escala teria
utilizado "dezenas de aeronaves da força aérea, incluindo caças, aviões de
reabastecimento e inteligência".
Os
alvos estariam nas áreas de Ras Issa e Hodeidah, no Iêmen. "As IDF
atacaram usinas de energia e um porto marítimo, que são usados para importar
petróleo", disseram os militares em um comunicado.
A
agência de notícias oficial dos houthi divulgou uma declaração em resposta ao
que classificou como "agressão israelense em Hodeidah".
"A
frente de apoio iemenita não vai parar, nossos ataques contra o inimigo
sionista não vão parar", diz a nota.
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