(*) Percival Puggina
Com
frequência me perguntam o que se pode fazer para dar um jeito no Brasil antes
da vaca ir para o brejo. Alegam, com razão, que o tempo é curto e o bicho
parece ter pressa.
O
fato é que não existe solução vapt-vupt. Aliás, existe, sim, mas muitos
daqueles que a podem adotar no Congresso Nacional têm estranhas motivações para
não o fazer. Nos parlamentos, não deliberar é uma deliberação.
Independentemente
dessas condicionantes, impostas pelo lado esquerdo do estado de direito que
cuida de si e dos seus, há algo que podemos fazer já agora, durante as próximas
três semanas. Se tal passo não for dado nestes dias, se ficarmos parados sobre
o pé canhoto, o passo consecutivo, com o pé direito, só poderá ser dado daqui a
quatro anos.
Explico.
Dentro de três semanas, no dia 6 de outubro, o Brasil elege 5.570 prefeitos e
60.300 vereadores. A escolha dos prefeitos se faz por eleição majoritária
(vence o mais votado) dentro de um número pequeno de opções. Nesse caso, o
primeiro filtro é o do caráter, da honradez; o segundo nos leva a votar em quem
for mais capaz de derrotar o lulopetismo, o candidato do sistema de poder
instalado no país. Ponto. Obviedades dispensam explicações: uma administração
municipal nas mãos da esquerda é um aparelho a serviço dos adversários da nossa
liberdade.
É
principalmente sobre a escolha dos vereadores que desejo falar. Essa é uma
eleição proporcional. Um quarto de século de intensa vida partidária até o ano
de 2013, me ensinou que as comunidades não atribuem o devido valor a tão
importantes mandatos num país que precisa desesperadamente de lideranças (ditas
assim, no plural). Em eleições municipais, a nação tem deixado à margem líderes
de verdade, líderes positivos, capazes de propagar as boas ideias e combater as
más, cumprindo uma função pedagógica em suas comunidades.
Perdoem-me
os tipos populares, com visão apenas local. Isso é o mínimo obrigatório, mas
fica muito aquém do que a cidadania exige nesta hora: líderes formadores de
opinião.
Assim
como todo cidadão vive num município, todo munícipe é um cidadão brasileiro e
sofre as consequências da marcha da vaca rumo ao brejo.
Todo
cidadão se angustia com a liberdade que perde e com a injustiça que testemunha.
Todo cidadão percebe o direito de opinião lhe ser suprimido, a informação lhe
ser negada, os recursos lhe serem tomados, o direito à propriedade sendo
ameaçado, a justiça se afastando da virtude, o poder cada vez mais se
concentrando em Brasília. Todo cidadão sabe o quanto a educação padrão Paulo
Freire vulnerabiliza a nação. E por aí vai a vaca.
Qual
a opinião do candidato em quem você pretende votar sobre o que está acontecendo
ao Brasil no lulopetismo? Seu candidato assina, entre outras fontes, a Gazeta do
Povo? A Revista Oeste? É membro do Brasil Paralelo? Assiste o programa Oeste
sem Filtro? A Rádio + Brasil? Ou se “informa” pela Globo e suas subsidiárias?
Aproveitemos
a oportunidade de uma eleição local, onde as pessoas se conhecem, para
proporcionar espaço, mandato e projeção a líderes autênticos, formadores de
opinião, que percebam o andar da vaca e ajudem a sustar sua marcha para o
brejo.
(*)
Arquiteto, empresário, escritor, titular do
site Liberais e Conservadores, colunista de dezenas de jornais e sites no
país. Membro da Academia Rio-Grandense de Letras. Escreve, semanalmente,
artigos para vários jornais do Rio Grande do Sul, entre eles Zero Hora, além de
escrever o seu próprio blog e em outros websites de expressão nacional, a
exemplo do Mídia Sem Máscara, Diário do Poder, Tribuna da Internet. Sua coluna
é reproduzida por mais de uma centena de jornais.
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