No
inverno há aumento de infecções respiratórias e a gripe, por exemplo, se torna
comum. Porém, nesse período do ano, as infecções por Vírus Sincicial
Respiratório (VSR) também ganham maior espaço e afetam, especialmente, idosos e
crianças menores de dois anos. Os sintomas do VSR são parecidos com os de um
resfriado, como coriza e tosse, mas podem evoluir para bronquiolite nos
pequenos, já que o vírus afeta principalmente os brônquios e os pulmões.
A
infectologista da rede de laboratórios Alliança Saúde, Lorena Faro, de São
Paulo (SP), explica que o vírus se assemelha ao de um resfriado e a infecção é
essencialmente respiratória e pode acontecer em qualquer época do ano, mas com
maior prevalência no inverno e no começo da primavera.
Lorena
Faro destaca que o vírus é transmitido de pessoa a pessoa, por meio de
gotículas (da tosse, espirro e fala) ou por algum objeto contaminado. Os
sintomas do VSR podem ser coriza, mal-estar, febre e tosse. Em casos mais
graves, pode haver falta de ar.
Segundo
a infectologista, os sintomas podem aparecer três dias após a infecção até o
sexto dia em que houve contato com o vírus. Ela salienta que, apesar da
infecção por VSR apresentar sintomas inicialmente leves, é necessário que crianças
e idosos tenham maior atenção para evitar agravamento da infecção.
“Na
maioria das vezes esse vírus gera sintomas leves, muito parecidos com o
resfriado comum, mas a pessoa normalmente se recupera em uma ou duas
semanas. Entretanto, em alguns casos, é possível desenvolver um quadro mais
grave, como a bronquiolite, fazendo com que o paciente necessite de uma
internação prolongada, ou mesmo de uma internação na terapia intensiva. Então,
muito cuidado nesses extremos de faixas etárias, principalmente nos
recém-nascidos prematuros, abaixo de seis meses, e também idosos que têm alguma
imunossupressão ou alguma patologia de base, como cardiopatia ou neuropatia”,
afirma Faro.
O
infectologista do Sabin Diagnóstico e Saúde, Claudilson Bastos, elenca de que forma
o diagnóstico é feito. “Os exames realizados são exames sorológicos e o
PCR. O exame sorológico chamado ELISA, ou imunoflexência, é mais confiável
em crianças pequenas, mais útil em crianças; já o PCR é mais indicado tanto
para crianças mais velhas quanto para adultos, então isso é um dado importante.
Mas o diagnóstico muitas vezes é geralmente baseado em sintomas e na
epidemiologia."
Claudilson
Bastos destaca, ainda, a importância do diagnóstico precoce da infecção.
Segundo ele, a depender da gravidade do caso, se não diagnosticada de forma
precoce e sem tratamento adequado, a infecção pode resultar em óbito do
paciente.
“O
diagnóstico precoce é assertivo, fundamental, importante para que a gente possa
ter uma melhor evolução desses pacientes no caso. Esses pacientes, se não
diagnosticados de forma precoce e não tratados de forma adequada, podem evoluir
para uma infecção respiratória aguda bacteriana ou podem evoluir para uma
síndrome respiratória aguda grave relacionada ao próprio vírus e isso pode levar
a óbito”, ressalta Bastos.
VSR
no Brasil
A
pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz e do Boletim
InfoGripe, Tatiana Portella, menciona que o VSR é um vírus de transmissão
respiratória, assim como a Influenza e a Covid-19. Mas que não era muito falado
a respeito sobre o VSR porque o vírus não era monitorado.
“Só
alguns estados testavam os casos graves de síndrome respiratória aguda grave
(SRAG) para VSR e a partir de 2019 todos os estados passaram a testar os
casos mais graves, os casos de SRAG, pro vírus respiratório. Então, foi a
partir de 2019 que a gente começou a entender melhor o padrão de circulação
desse vírus no país”, conta.
Tatiana
Portella ressalta a importância das pessoas se atentarem à infecção pelo VSR,
em especial, quando se trata de idosos de mais de 65 anos e crianças menores de
dois anos.
“É
importante que as pessoas se preocupem com ele, principalmente quem tem criança
pequena. Geralmente pode causar quadros de bronquiolite, levar à pneumonia,
precisar de internação. Então ele é um vírus que requer mais atenção,
principalmente em crianças pequenas”, alerta Portella.
Em
maio, o boletim InfoGripe, da Fiocruz, mostrou um aumento de Srag causada pelo
VSR representando 58% do total de casos da síndrome registrados naquele
período.
Prevenção
Os
especialistas listaram algumas medidas de prevenção à infecção pelo Vírus
Sincicial Respiratório (VSR). Confira:
Usar
máscara em locais fechados e em postos de saúde;
Em
caso de sintomas gripais, ficar em casa (se não for possível, usar máscara);
Manter
as mãos higienizadas e
Garantir
a limpeza de superfícies.
Outra forma de prevenção é a vacina Arexvy, disponível apenas na rede privada. A recomendação é em dose única para pessoas com 60 anos ou mais. Inclusive, a Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul (SES-RS) recebeu quatro mil doses do imunizante em julho. As doses foram doadas pelo laboratório britânico GlaxoSmithKline (GSK), em função das enchentes que atingiram o estado em maio.
Fonte:
Brasil 61
Não deixe de curtir nossa página Facebook e também Instagram para mais notícias do Blog do professor TM
AVISO: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Blog do professor Taciano Medrado. Qualquer reclamação ou reparação é de inteira responsabilidade do comentador. É vetada a postagem de conteúdos que violem a lei e/ ou direitos de terceiros. Comentários postados que não respeitem os critérios serão excluídos sem prévio aviso.
Postar um comentário