(*) Mauro Ferreira
Cantora
e compositora carioca de temperamento quente, Diana foi uma das vozes mais
populares da canção sentimental brasileira da década de 1970.
Falo
da canção habitualmente rotulada de cafona pelas elites culturais, mas amada
pelo povo que tornou o álbum Diana, lançado pela artista em 1972, um
dos blockbusters daquele ano no mercado fonográfico nacional por
conta de sucessos como Ainda queima a esperança (Raul Seixas e Mauro
Motta, 1972) e Porque brigamos, versão em português de I am.. I
said... (Neil Diamond, 1971) escrita por Rossini Pinto (1937 – 1985).
Neste
mesmo disco de 1972, Diana gravou Tudo que eu tenho, versão em português
de Everything I own (David Gates, 1972) escrita pelo recorrente
Rossini Pinto. A versão do hit da banda norte-americana Bread reverberou após
34 anos na trilha sonora do incensado filme O céu de Suely (2006) na
voz de Diana. Aliás, Ana Maria.
Na
certidão de nascimento, constava o nome de Ana Maria Siqueira Iorio (2 de junho
de 1948 – 21 de agosto de 2024). Em anos recentes, a cantora acrescentou
um h ao nome artístico e passou a se apresentar como Dianah.
Mas
foi mesmo como Diana, sem o h, que o Brasil conheceu a cantora que foi
morreu aos primeiros minutos desta quarta-feira, 21 de agosto, aos 76 anos,
após ser encontrada pelo filho André Iorio já sem sinais vitais onde dormia na
casa em que vivia no município fluminense de Araruama (RJ).
Anunciada
por André nas redes sociais, a morte de Diana foi confirmada pela prefeitura de
Iguaba Grande (RJ), cidade vizinha, para onde Diana foi encaminhada a uma
Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para tentar ser reanimada. A exata causa da
morte não foi informada, mas suspeita-se que a cantora tenha sofrido ataque
cardíaco enquanto dormia.
No
período de auge artístico, Diana foi casada com o cantor e compositor Odair
José, com quem tinha ruidosas brigas que paravam nas manchetes de jornais e
revistas. Juntos, Diana e Odair fizeram a canção Foi tudo culpa do amor (1974),
lançada há 50 anos na voz da cantora.
A
partir dos anos 1980, a carreira de Diana perdeu impulso, mas a artista nunca
deixou de fazer show, sobretudo na região nordeste.
A
cantora gravou eventualmente álbuns com músicas inéditas, mas foram os sucessos
da década de 1970, revividos por sucessoras como Barbara Eugenia, que mantiveram
o nome de Diana na mídia, reiterando o fato de a artista ter sido uma das vozes
referenciais da canção sentimental brasileira daquela década áurea.
(*) Jornalista carioca que escreve sobre música desde 1987, com passagens em 'O Globo' e 'Bizz'. Faz um guia para todas as tribos.
G1 - Pop Arte
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