Fotomontagem TM
A
Inteligência Artificial (IA) tem revolucionado o mercado tecnológico. Além
disso, diversos setores já aproveitam a inovação para melhorar o desempenho e
alcançar resultados ainda mais satisfatórios. Mas existem outras áreas
interessadas na nova ferramenta. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ)
começou a utilizar a Inteligência Artificial para auxiliar nas eleições deste
ano. De acordo com o órgão, um robô vai ajudar na análise de registros de
candidaturas.
Na
opinião do advogado especialista em direito eleitoral, Vladimir Belmino de
Almeida, a Inteligência Artificial na campanha pode ser uma boa aliada.
“Ela
pode ser aplicada na organização de campos, dos correligionários, na área de
contabilidade, na área jurídica, na comunicação, marketing, na definição de
estratégia, em toda a amplitude da campanha em que houver a possibilidade do
marketing. Então, deve ser uma campanha eleitoral que pode se beneficiar
fartamente da inteligência artificial”, analisa.
De
acordo com o advogado especialista em direito digital Fabrício Polido, a
Inteligência Artificial consegue fazer extração de dados disponíveis
publicamente na internet, ajudando a identificar quaisquer formas possíveis de
falsificações ou omissões no processo de habilitação ou registro da candidatura.
“A
IA permite uma capacidade maior de análise de documentos relacionados às
candidaturas, as declarações de bens, certidões criminais, comprovantes de
filiação partidária, identificar determinadas inconsistências ou
irregularidades daquele determinado candidato, como, por exemplo, o cruzamento
de informações que apurem aqueles casos ou situações envolvendo a lei da ficha
limpa, a verificação de informações que permite que ferramentais de IA sejam
utilizadas para checar e verificar veracidade de informações, comparando com
bancos de dados públicos”, explica.
Eleições
X tecnologia
As
eleições municipais no Brasil estão previstas para os dias 6 e 27 de outubro.
Com isso, propagandas e campanhas políticas passam a divulgar informações sobre
os candidatos e suas propostas. O objetivo da IA é dar celeridade ao processo
de avaliação e eventual impugnação de candidaturas pelos promotores de
Justiça., informa o MP. Segundo o órgão, essa tarefa era feita por um membro do
próprio Ministério, que pesquisava manualmente o nome de cada candidato em
diferentes sistemas de informações.
A
popularização do uso também tende a melhorar o aspecto democrático da
inteligência artificial. “A interseção pode ser muito grande, porque ela vai
favorecer que atores, às vezes, com menos condições, tenham mais acesso a
conhecimentos e a essas ferramentais”, explica o advogado especialista em
direito eleitoral Vladimir Belmino de Almeida.
Ele
acrescenta que a inteligência artificial também pode diminuir o custo de acesso
à informação, de conhecimento e de produtos finalizados de uma forma geral.
“A
inteligência artificial deve diminuir o custo das campanhas, o custo do
judiciário, da saúde. Essa é a consequência final da inteligência artificial,
melhorar o serviço a um preço mais em conta. Isso também tem um aspecto
democrático e vai se reverter no processo eleitoral e na construção dos
mandatos políticos e na execução das políticas públicas”, explica.
IA versus candidatos
O
advogado especialista em direito digital Fabrício Polido destaca o monitoramento
em tempo real, um dos principais temas de destaque previamente aos pleitos
eleitorais.
“Isso
permite uma interação daquele candidato, ou parlamentar, ou representante, ou
mandatário político, e ainda possibilita sinalizar possíveis bases, provas,
evidências para a impugnação de candidaturas”, observa e ainda continua.
“Claro que tudo isso ainda está em contínuo desenvolvimento pelos desenvolvedores, empresas de tecnologia, mas são aplicações concretas de como o uso de IA pode servir para essas principais finalidades, como a de oferecer bases para a impugnação de candidaturas de determinados políticos e já mandatários pretendendo a reeleição”, analisa.
De
acordo com o Ministério Público, a IA já foi utilizada para impugnar o registro
de candidaturas. Segundo o órgão, o robô detectou condenações em trânsito em
julgado - definitivas -, por improbidade administrativa e a suspensão de
direitos políticos.
Fonte: Brasil 61
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