Foi
uma aprovação simbólica, sem registro nominal dos votantes, mas fato é que o
relatório do Projeto
de Lei Complementar nº 192/2023 passou pela Comissão de Constituição e
Justiça do Senado e prevê a redução do prazo de inelegibilidade dos políticos
definido pela lei da Ficha Limpa.
Segundo
o texto aprovado, os políticos cassados e condenados não poderão se eleger por
oito anos a partir da condenação em segunda instância. A proposta estabelece
ainda que o período máximo de inelegibilidade não poderá ultrapassar 12 anos.
Hoje, o prazo de inelegibilidade é contado a partir do final da pena ou do
mandato do político.
Para
o relator da proposta, senador Weverton Rocha (PDT-MA), não trata-se de uma
mudança.
“Esse
projeto que acabou de ser aprovado corrige uma pequena distorção de um projeto
que nós aprovamos chamado Lei da Ficha Limpa lá atrás. Houve muita má fé de
alguns setores que desinformam a população, que nós estamos querendo facilitar
a volta ou a vinda de pessoas que são ficha suja para a política, mas isso não
é verdade. É hipocrisia a gente falar em pena perpétua para quem cometeu algum
tipo de erro no Brasil.”
Na
mesma sessão ainda foi aprovada a tramitação em regime de urgência do texto,
que segue agora para votação em plenário.
Não
deve passar
Com
uma população cada vez mais descrente da idoneidade do corpo político
brasileiro, o cientista político Nauê Bernardo explica que, para quevum projeto
como esse ande, é necessário que haja um apelo popular — o que não existe neste
momento. Por isso, o especialista não acredita na aprovação do texto. Sobre a
Lei da Ficha Limpa, Bernardo pondera.
“O
prazo de inelegibilidade é uma punição que sempre foi cercada de muita
polêmica, porque muitas vezes impede que a pessoa condenada consiga,
efetivamente, voltar à cena política mesmo após a reabilitação, uma vez que a
política é composta desses movimentos momentâneos que dependem muito da pessoa
estar no lugar certo na hora certa. Então, por ser um ponto polêmico, é natural
que em determinados momentos históricos você tenha aprovação de projetos de lei
que acabam mexendo nisso.”
O
projeto ainda não tem data para ser votado em plenário.
Fonte: Brasil 61.
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