VENEZUELA: Quatro mortes em protestos pós-eleitorais

 

Foram registados mais de 180 protestos, muitos deles culminando em confrontos entre manifestantes e polícia, como na cidade de Puerto La Cruz© Samir Aponte/REUTERS


De acordo com duas organizações não-governamentais, quatro pessoas foram mortas durante os protestos de segunda-feira contra a vitória eleitoral do Presidente Nicolás Maduro na Venezuela.


O Inquérito Hospitalar Nacional, uma rede que monitoriza as crises nos hospitais do país, registou dois mortos no estado de Aragua e um na capital Caracas. Segundo a organização, 44 pessoas ficaram feridas. Na segunda-feira, a ONG Foro Penal registou um morto no estado de Yaracuy, no noroeste do país.


Os protestos eclodiram na Venezuela depois de a comissão eleitoral ter declarado, na segunda-feira (29.07), que o Presidente Nicolás Maduro foi eleito para um terceiro mandato com 51% dos votos.


A oposição, que considera que o órgão eleitoral está nas mãos de um governo ditatorial, disse que 73% dos votos a que tem acesso mostram que o seu candidato Edmundo González teve mais do dobro dos votos de Maduro.


"Agitadores violentos"


Muitos venezuelanos protestaram a bater em panelas e frigideiras. Outros bloquearam estradas, acenderam fogueiras e lançaram bombas de gasolina contra a polícia, à medida que os protestos proliferavam, incluindo perto do palácio presidencial de Miraflores, em Caracas.


Em Caracas e na cidade de Maracay, a polícia, munida de escudos e bastões, disparou gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes.


O Governo chama-lhes agitadores violentos: "Já vimos este filme antes", disse Maduro a partir do palácio presidencial, prometendo que as forças de segurança manteriam a paz.


"Temos acompanhado todos os atos de violência promovidos pela extrema-direita", acrescentou.


O Observatório Venezuelano de Conflitos, um grupo de monitorização local, afirmou ter registado 187 protestos em 20 estados até às 18h00 de segunda-feira, com "numerosos atos de repressão e violência" levados a cabo por grupos paramilitares e forças de segurança.


Mais instabilidade?


Maduro, um antigo líder sindical e ministro dos Negócios Estrangeiros, foi eleito após a morte de Hugo Chávez, em 2013, e foi reeleito em 2018. A oposição disse ter havido fraude em ambos os pleitos.


Enquanto Presidente, o país viveu um colapso económico, assistiu a migração em massa e à deterioração das relações com o Ocidente, incluindo sanções dos EUA e da União Europeia, que prejudicaram uma indústria petrolífera já em dificuldades.


O seu ministro da Defesa, Vladimir Padrino, advertiu contra a possibilidade de uma repetição das "situações terríveis de 2014, 2017 e 2019", quando ondas de protestos antigovernamentais causaram centenas de mortes, mas não conseguiram desalojar Maduro do poder.


Comunidade internacional dividida


Os institutos de sondagens independentes consideraram a vitória de Maduro implausível, enquanto os governos de Washington e de grande parte da América Latina questionaram os resultados e pediram um apuramento completo dos votos.


Fonte: DW Brasil

Não deixe de curtir nossa página Facebook e também Instagram para mais notícias do Blog do professor TM

AVISO: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Blog do professor Taciano Medrado. Qualquer reclamação ou reparação é de inteira responsabilidade do comentador. É vetada a postagem de conteúdos que violem a lei e/ ou direitos de terceiros. Comentários postados que não respeitem os critérios serão excluídos sem prévio aviso.

Faça um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem