O
dólar acelerava sua alta frente ao real nas negociações desta terça-feira e
chegou a atingir a marca de 5,70 reais pela primeira vez desde janeiro de 2022,
à medida que os investidores repercutiam novos ataques do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva ao Banco Central e suas promessas de controlar a alta da
divisa norte-americana. As informações são de Fernando Cardoso/(Reuters)
Às
14h11, o dólar à vista subia 0,73%, a 5,6949 reais na venda. Na B3, o contrato
de dólar futuro de primeiro vencimento avançava 0,71%, a 5,7155 reais na venda.
Em
entrevista à rádio Sociedade pela manhã, Lula afirmou que fará "alguma
coisa" em relação à alta recente do dólar ante o real e acusou o
presidente do BC, Roberto Campos Neto, de ter "viés político" na
condução da política monetária.
Ele
também tem se recusado a oferecer medidas concretas de revisão de gastos para
atingir a meta de déficit zero ao fim do ano, apesar de uma pressão cada vez
maior para que o governo reduza as despesas orçamentárias.
Após
o dólar abrir em baixa, a fala de Lula passou a pesar sobre os negócios ao
longo da manhã e as cotações da moeda norte-americana ganharam força.
Profissionais do mercado afirmaram que a possível intervenção do governo no
câmbio gerava receios.
Uma
das possibilidades levantadas é a de que o governo possa mexer no Imposto sobre
Operações Financeiras (IOF) nas operações cambiais, para segurar a escalada da
moeda norte-americana.
Em
Brasília, porém, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou no fim da
manhã que não há possibilidade de o governo mexer no IOF. Segundo ele, a melhor
maneira de conter a desvalorização do real é melhorar a comunicação sobre o
arcabouço fiscal e a autonomia do BC.
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